Candidato
ao Governo do Estado pelo PSDB, General Theophilo queixou-se ontem da falta de
apoio de prefeitos tucanos na disputa contra Camilo Santana (PT), que concorre
à reeleição ao Palácio da Abolição.
"Muito
prefeito do PSDB, que deveria estar me apoiando, não está. E não está por
quê?", perguntou o militar da reserva. "Porque está sendo vendido
para a situação, para o governador Camilo, que constrói uma estrada, que faz
uma escola, que inaugura uma obra desnecessária. Esse tipo de política eu não
faço."
Questionado
sobre quem seriam os infiéis dentro do ninho da legenda, o candidato
desconversou.
"As
pessoas sabem, as pessoas conhecem", disse. "É só você ver quem é
prefeito do PSDB e está me apoiando. A gente conta nos dedos quem está:
Maracanaú, Horizonte e Barbalha."
As
declarações foram dadas durante evento de campanha de Raimundo Gomes de Matos,
deputado federal e candidato a novo mandato pelo PSDB.
Cercado
por caravanas de apoiadores de Maranguape e Fortaleza reunidos num hotel da
Capital, o tucano elogiou a fidelidade do parlamentar, que, segundo ele,
"foi o responsável por me fazer entrar na política".
Divulgada
ainda em agosto, pesquisa Ibope mostrou Theophilo com 4% da preferência do eleitorado
cearense contra 64% de Camilo.
Desde
o início da campanha, o PSDB sofre reveses no bloco de oposição. Primeiro, com
as baixas do grupo de Domingos Filho e Domingos Neto, que se abrigaram na base
governista na véspera do anúncio da candidatura tucana.
Antes disso, o senador Eunício Oliveira (MDB), um dos líderes oposicionistas em 2014, reaproximou-se de Camilo.
Mas
houve ruídos também dentro da agremiação social-democrata. No mês passado,
durante debate entre candidatos ao Governo do Ceará realizado pela TV
Jangadeiro, Theophilo respondeu ter exigido que o então tucano Maia Jr.,
secretário do Planejamento de Camilo, se afastasse do partido.
De
acordo com o militar, logo depois das eleições deste ano, o PSDB fará uma
reorganização partidária no Estado. O objetivo, ele explica, é renovar os
quadros da sigla, "dando vez aos novos e àquelas pessoas que entendem a
política de outra forma".
Para
Theophilo, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, também vem
sofrendo com a infidelidade na corrida ao Palácio do Planalto. Ao comentar
dificuldade do presidenciável de reter aliados, ele afirmou que o respeito ao
laço partidário não é levado a sério hoje.
"Muita
gente do 'centrão' não está apoiando o Geraldo Alckmin", reconheceu.
"A mesma coisa eu falo aqui."
Sobre
a possibilidade de deixar a política após a disputa, assegurou: "Dar aulas
é muito mais tranquilo do que fazer política no estado do Ceará".
O Povo
0 comentários:
Postar um comentário