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28 de agosto de 2018

CIRO GOMES NÃO DEU UMA ENTREVISTA, DEU UMA AULA


28/08 - Grosseiras, prepotentes, mal-criadas, as intervenções de William Bonner na primeira das entrevistas da Globo com os candidatos à Presidência nada tem a ver com “independência jornalística”.

As críticas de Ciro Gomes aos abusos judiciais foram tratadas como uma heresia, na base do argumento de que “o povo apóia a Lava Jato” e, por isso, os desbordamentos do Judiciário e do MP se justificariam.

O “dono da verdade” global pontificava e Ciro, jeitoso, procurava manter suas posições com um discurso educado que não lhe fez vergonha, ao contrário.

O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) afirmou que não é candidato de esquerda, mas da “centro-esquerda”, defendeu uma “aliança” entre os que produzem e os que trabalham e elegeu o “baronato do sistema financeiro” como inimigo número 1 a ser combatido, ao participar na noite desta segunda-feira (27) de sabatina no Jornal Nacional.

Provocado a se posicionar criticamente em relação a Lula, afirmou que foi um “bom presidente”, e que a população brasileira “sabe disso”, e que não poderia comemorar o fato de que “o maior líder popular do país” esteja preso.

“A população mais pobre sentiu na pele as consequências de um bom governo”, afirmou o candidato, que destacou que durante os governos Lula havia mais emprego e mais crescimento.

O candidato afirmou que a “luta odienta” entre “coxinhas e mortadelas” – termos pejorativos que identificam militantes da direita e da esquerda, respectivamente – estava destruindo o Brasil, e que acredita que a esquerda estará unida no segundo turno das eleições presidenciais.

Ciro defendeu que setores do Ministério Público e do Judiciário voltem a atuar dentro das suas atribuições. Lembrou do episódio do habeas corpus concedido a Lula, que depois foi cassado em manobras envolvendo juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para dizer que o Brasil precisa de paz, e criticou a “politização da Justiça”, com a atuação de promotores que colaboram para “destruir reputações”.

O candidato voltou a propor a renegociação das dívidas das pessoas que estão negativadas. “Vou ajudar a tirar seu nome do SPC”. A uma pergunta se não seria essa uma proposta “simplista”, Ciro negou se tratar de um “slogan fácil” e apresentou uma cartilha que detalha o plano.

Ele afirmou que “o Brasil deu cerca de R$ 380 bilhões em refinanciamento para os ricos”, e que, portanto, a sua proposta de refinanciar a dívida das pessoas não poderia ser vista como um “escarcéu”. “Qualquer coisa que vem para pobre ou classe média, os outros candidatos ficam pirados.”

Sobre a violência crescente no Ceará, seu estado de origem, já governado por ele e pelo seu irmão Cid Gomes, Ciro atribuiu a escalada da violência à chegada de facções criminosas que cresceram “em acordo” com as autoridades de São Paulo, e contaram com a negligência das autoridades de Justiça do Rio de Janeiro

Foi um dos primeiros momentos em que o entrevistador Bonner levou ao entrevistado assunto relacionado a proposta de governo, passados dois terços dos 27 minutos de entrevistas – mas em que o apresentador falou mais do que o entrevistado.

Nesta terça, a série continua, agora com Bolsonaro. Na sequência, serão entrevistados Alckmin e Marina.
(PragmatismoPolítico)
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