06/03 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso,
determinou a quebra do sigilo bancário do presidente Michel Temer (MDB) no
inquérito que investiga a elaboração da Medida Provisória dos Portos.
É a primeira vez que um presidente da República em exercício do mandato
tem o sigilo bancário quebrado por uma ordem judicial. A decisão do ministro
Barroso é de 27 de fevereiro, mas foi divulgada nesta segunda-feira (5).
O
Banco Central distribuiu um ofício que comunicou a decisão do STF às
instituições financeiras e pede a liberação dos dados. Além de Temer, também
tiveram o sigilo bancário quebrado o ex-deputado e ex-assessor do presidente,
Rodrigo Rocha Loures – filmado correndo com uma mala com R$ 500 mil no ano
passado –, do coronel João Baptista Lima Filho, amigo pessoal de Temer, e de
José Yunes, outro ex-assessor de Temer.
Também
tiveram o sigilo suspenso os empresários Antonio Celso Grecco e Ricardo
Mesquita, executivos da empresa Rodrimar.
O
inquérito apura uma suposta atuação do presidente Temer para favorecer a
empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos, no litoral paulista. Por meio da
MP 595, a chamada MP dos Portos, a empresa teria conseguido renovar contratos
em troca de benefícios financeiros a um grupo do MDB. O presidente nega que
tenha cometido irregularidades.
A
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou
na noite desta segunda-feira, 5, nota que confirma a quebra do sigilo bancário
do presidente Michel Temer. No curto comunicado, o Planalto informa que Temer
irá solicitar ao Banco Central os extratos de suas contas referentes ao período
mencionado no despacho do "eminente ministro Luís Roberto Barroso".
A
nota frisa que Temer "dará à imprensa total acesso a esses
documentos". O período a que se refere o pedido de envio de dados vai de
1º de janeiro de 2013 a 30 de junho de 2017.
O ministro Barroso autorizou a quebra do sigilo no âmbito da investigação de supostas irregularidades na Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos.
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