27/03 - O ex-governador do Ceará e
pré-candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes
(foto), elogiou a decisão do Supremo Tribunal Federal de impedir a prisão
do ex-presidente Lula. "Acho que o STF andou em bom direito", disse,
referindo-se à sessão de quinta-feira passada, que aceitou o habeas corpus de
Lula como recurso legítimo e concedeu uma liminar que impede sua prisão até o
HC seja julgado.
Falando como "professor de Direito", como frisou, Ciro disse ainda que a execução da pena ainda sub judice é uma coisa estranha do ponto de vista do Direito; "O que não é o caso da Lei da Ficha Limpa, que é uma aberração, mas não tem transgressão nenhuma".
Sobre a disputa presidencial, o pré-candidato disse não acreditar em um acordo entre os partidos de esquerda para apoiar uma candidatura no primeiro turno. De acordo com o pedetista, a ideia do PT de apoiar a candidatura do ex-presidente Lula até o último instante e de buscar um plano B impede um acordo.
O presidenciável afirmou que pesquisas já começam a ser simulados sem o nome de Lula, com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) na liderança, empate técnico entre o ex-governador e a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com dificuldades para decolar.
"Na minha análise, o Lula me sombreia, mas ele começa a ser simulado fora. E a população vai procurar. Nós já estamos pesquisando o que faz o eleitor indeciso. Estamos tentando entender isso cada uma para o seu lado", afirmou Ciro ao Estadão. "A probabilidade é que este ajuste com o PT só se dará no segundo turno por uma questão de hegemonias. Alguns ali preferem perder para a direita", disse.
Ao comentar sobre a possível candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, Ciro afirmou que o titular da pasta "está fugindo do fato de que quebraram o país, mentiram grosseiramente para a população de que tinham revertido o quadro, e o quadro está se deteriorando pesadamente". "É melhor sair porque provavelmente alguma agência de risco vai rebaixar de novo o Brasil. A situação é deplorável".
(Brasil
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