13/03 - Diante
da revelação de que Aécio Neves teria triplicado seu patrimônio desde 2014,
feita hoje pela Folha, dois
comentários são relevantes.
O
primeiro é que, de fato, é muito provável que Aécio não tenha “triplicado” seus
bens, mas apenas corrigido em parte o que, antes, era ocultado, por razões
eleitorais.
Não
é, diga-se a seu favor, algo raro. As propriedades empresariais em sistema de
cotas sobre o capital social e a não tributação sobre o recebimento de lucros e
dividendos – que, como a jabuticaba, só existe no Brasil – cria um completo
descompasso entre o que é a receita auferida pelo trabalho (salários) e a
obtida pelo capital.
Além
do que, como se vê em outros “tucanocasos”, o patrimônio empresarial é,
na verdade, pessoal, embora em nome da empresa. Ou não são assim os jatinhos de
Luciano Huck e João Doria Jr, comprados com dinheiro do BNDES.
Além
do mais, a operação em questão – venda de cotas da Rádio Itatiaia, em
prestações, à sua própria irmã parece muito mais destinada a proteger a
concessão das consequências políticas de ter “sujado a barra” para o senador
mineiro.
O
segundo ponto é que parece haver caroço embaixo deste angu, sobretudo porque a
guerra surda dentro do PSDB segue de vento em popa.
Ontem
mesmo se noticiava como a recusa de Antonio Anastasia em concorrer ao Governo
de Minas atrapalhava os planos de Geraldo Alckmin. Anastasia, como se sabe, é
criatura de Aécio, que mantém (será?) uma candidatura ao Senado para,
nitidamente, bloquear qualquer outra que possa impedir negociações
futuras. Aécio sabe que, embora não impossível sua eleição, a candidatura
senatorial é risco acima de sua capacidade de bancar.
Ah,
mas foi vazamento…
Por
favor, estamos calvos de saber como e por que vias ocorrem os vazamentos
policiais e judiciais.
Por Fernando Brito - 13/03/2018
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