01/12 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afirmou em uma carta dirigida aos integrantes do PT que
o partido precisa se "reconectar com as bases".
O documento foi lido nesta sexta-feira (30) durante
reunião do Diretório Nacional da legenda, em Brasília. A leitura coube a Luiz
Dulci, ex-ministro da Secretaria-Geral e um dos fundadores do PT.
"Temos de voltar às ruas, às fábricas, aos
bairros e favelas, falar a linguagem do povo, nos reconectar com as bases, como
disse o Mano Brown. Não podemos ter medo do futuro porque aprendemos que o
impossível não existe", afirma Lula.
Ao participar de um evento no Rio de Janeiro, o
artista afirmou: "Se nós somos o Partido dos Trabalhadores, o partido do
povo tem que entender o que o povo quer. Se não sabe, volta para a base e vai
procurar saber".
Carta de Lula
Esta foi a primeira manifestação pública de Lula
após as eleições de outubro. O candidato do PT à Presidência, Fernando
Haddad, perdeu no segundo turno para Jair Bolsonaro (PSL).
Inicialmente, Lula havia sido registrado como
candidato do PT, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou a
candidatura dele, e o partido anunciou Haddad como candidato.
Na carta, Lula afirma que o PT foi alvo de
"perseguição" e "tramoias". Mas, mesmo assim,
"continua sendo o maior e mais importante partido popular deste
país".
Na última eleição, o PT elegeu quatro governadores,
56 deputados federais - a maior bancada na Câmara - e seis senadores.
Eleição presidencial
Lula liderava as pesquisas de intenção de votos até
ser substituído por Haddad. Na carta lida nesta sexta-feira, ele afirma que
esta não foi uma "eleição normal" porque o "povo brasileiro foi
proibido de votar em quem desejava".
"Fui condenado e preso, numa farsa judicial
que escandalizou juristas do mundo inteiro, para me afastar do processo
eleitoral", escreveu.
Na carta, Lula faz ataques a Bolsonaro, dizendo
que, durante a campanha, o capitão da reserva "criou uma indústria de
mentiras no submundo da internet".
Segundo o petista, a estratégia foi "orientada
por agentes dos Estados Unidos e financiada por um caixa dois de dimensões
desconhecidas, mas certamente gigantescas".
Lula também criticou o ex-juiz federal Sérgio Moro, responsável
pela condenação do ex-presidente e que assumirá o Ministério da Justiça no
governo Bolsonaro.
"Moro não se transformou no político que dizia
não ser. Simplesmente saiu do armário em que escondia sua verdadeira
natureza", escreveu Lula.
(G1)
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