02/11 - A nova proposta de Reforma da Previdência
apresentada ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), entre outros pontos, faz
as mulheres trabalharem mais para se aposentar. Além disso, inclui militares,
unifica o sistema atual (INSS, servidores, professores e rural), desvincula
benefícios e contribuições do salário mínimo, cria sistema de capitalização e
mantém os 40 anos de recolhimento, previsto na PEC 287, para que o trabalhador
receba o benefício integral.
A regra alternativa retira da Constituição os benefícios
previdenciários, que passam a ser detalhados em uma Proposta de Emenda
Constitucional e quatro leis complementares. "Essa proposta desconstrói
todo o sistema previdenciário que temos hoje", adverte Adriane Bramante,
presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP).
A regra fixa idade mínima de 65 anos para
aposentadoria do INSS, tanto para homens e mulheres. Hoje, elas podem requerer
o benefício aos 60 anos e os homens aos 65. Com a nova regra as trabalhadoras
terão que trabalhar mais cinco anos para ter direito à aposentadoria por idade.
Também fica assegurado benefício universal a quem
tiver 65 anos ou mais, mesmo sem ter contribuído. O valor seria correspondente
a 70% do salário mínimo em 2020. Já para receber acima desse valor, o segurado
terá que contribuir com o sistema.
A partir de um ano de contribuição, um pequeno
percentual é adicionado ao valor mínimo e assim sucessivamente até a
aposentadoria.
Segundo a proposta, com 15 anos de contribuição, uma pessoa que ganha R$ 1 mil se aposentaria com benefício equivalente a 88% da média das contribuições. Mas para atingir 100% da média de contribuições, seria preciso pagar por 40 anos.
Transição de até 15 anos
Na proposta da Nova Previdência está prevista uma
regra de transição que funcionaria da seguinte forma: o período inicial seria
de 53 anos para mulheres e 55 anos para homens (no caso dos trabalhadores da
iniciativa privada), e aumentaria com o passar do tempo até atingir a idade
mínima final de aposentadoria, de 65 anos sem diferenciação por gênero.
A transição proposta pelo grupo seria mais rápida
do que a em discussão no Congresso com a PEC 287. A exigência dos 65 anos de
idade vai levar dez anos para servidores públicos e trabalhadores rurais, 12
anos para pessoal do setor privado e 15 anos para os professores.
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