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1 de novembro de 2018

FRAGILIDADE NO CASAMENTO NA CULTURA PÓS-MODERNIDADE


01/11 - Nesta época chamada de pós-moderna, muito tem se discutido sobre os rumos das relações humanas e do amor. Apesar de seu prestígio cultural, o amor deixou de ser um puro momento de encanto para se tornar um peso: “Quando é bom, não dura, e quando dura, já não entusiasma” O ideal do amor no qual a sociedade é fixada, herdado do romantismo, tornou-se contraditório com a "paixão pelo efêmero", e a necessidade de reinventá-lo.

Foi o disse Zygmunt Bauman, um sociólogo, pensador, professor e escritor polonês, uma das vozes mais críticas da sociedade contemporânea. Criou a expressão “Modernidade Líquida” para classificar a fluidez do mundo onde os indivíduos não possuem mais padrão de referência.

Segundo, Bauman “no mundo de furiosa “individualização”, os relacionamentos são bênçãos ambíguas “oscilam entre o sonho e o pesadelo, e não há como determinar quando um se transforma no outro”, ressalta. Ele acredita que hoje em dia as atenções humanas tendem a se concentrar nas satisfações que esperam obter das relações precisamente porque, de alguma forma, estas não têm sido consideradas plena e verdadeiramente satisfatórias. E, se satisfazem, o preço tem sido considerado excessivo e inaceitável”.

Relacionar-se é caminhar na neblina sem a certeza de nada. A frase foi escrita em "Amor Líquido", livro no qual alerta para a crescente fragilização das relações sociais e afetivas no mundo moderno.

Nessa contextualização, em um ano, entre 2016 e 2017, no Ceará, o número de divórcios aumentou e de casamentos diminuiu, assim como sua duração, o que reverbera a teoria do sociólogo. Fortaleza é a terceira capital brasileira no total de separações legais. Entre 2016 e 2017, houve um aumento de 7%, passando de 5.619 para 6.016.

Enquanto isso, em igual período, os casamentos recuaram 12% no Ceará: Em 2017, 38,8 mil casais, seja homem/mulher ou do mesmo sexo, formalizaram união no Estado. Em 2016, foram 44,1 mil. Na Capital cearense, a redução foi menor, de 5,9%, sendo 14.036 no ano passado e 14.912, em 2016. Os dados fazem parte das estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas ontem (31).

A Região Sudeste apresentou a maior taxa geral de divórcio (2,99%). Entre as capitais, São Paulo lidera com 20,7 mil, seguida pelo Rio Janeiro, que somou 10,6 mil. Em quarto lugar ficou Salvador, com 4,5 mil dissoluções do matrimônio. Entre os estados, o Ceará foi o segundo do Nordeste, com 13.419 separações. A Bahia contabilizou 17,2 mil em igual período.

As idades médias na data do divórcio era de 43 anos para os homens e 40 anos para as mulheres. Entre 2007 e 2017, o tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio caiu de 17 para 14 anos.

Mesmo com a queda no número de casamentos, o Ceará é o terceiro do Nordeste com o maior número de uniões registradas no ano passado: 16% do total. Bahia lidera o ranking da região, com 64.578 (26,76%) matrimônios realizados, seguida de Pernambuco, com 47.864 (19,83%).

No Brasil, foram pouco mais de um milhão. A tendência de redução foi constatada em todo o País que teve 2,3% de diminuição em relação a 2016. O IBGE também informa sobre as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Entre mulheres, o Ceará lidera o Norte/Nordeste, sendo o sétimo do Brasil, com 125 uniões homoafetivas. São Paulo encabeça, com 1.495 formalizações, seguido por Rio de Janeiro, com 299; Minas Gerais, com 250; Paraná, com 135 e Rio Grande do Sul, com 128. Em todo o Brasil foram 3,3 mil. O Ceará também lidera as uniões homoafetivas no Norte e Nordeste, com 92 casamentos realizados no ano passado. No Brasil, foram 2,5 mil. São Paulo somou 1.002; Rio Grande do Sul, 121; Santa Catarina, 215; Rio de Janeiro, 109 e Minas Gerais, 197.

"Como mesmo diz Bauman, as fragilidades dessas relações estão cada vez mais em evidência. É fácil casar, é mais fácil ainda se separar por motivos muitas vezes superficiais. Sem falar que o empoderamento feminino e a aceitação social de que a mulher não precisa mais casar obrigatoriamente indicam novos conceitos".
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