14/08-O presidente do TRF-4, Carlos Thompson
Flores, admitiu que deu a ordem para descumprir uma ordem judicial, ao
telefonar para o chefe da Polícia Federal e mandar que não se atendesse á ordem
de soltura do desembargador Rogerio Favreto, não importa se certa ou errada,
para soltar Lula.
Porque a história de que ligou apenas para “avisar” que despacharia “brevemente” sobre um conflito de jurisdição que sequer havia sido invocado é, por evidente, um dourar de pílula que não engana a ninguém.
Também seu diligente colega, Gebran Neto, não teve
coragem de negar que disse a colegas que atropelou a lei para que Lula, nem por
algumas horas, pudesse ver a luz do sol em liberdade.
Disse apenas que “ninguém está autorizado” a falar
por ele.
E hoje, em O Globo, já que os peixões não têm
pudor, a sardinha faz a festa, com a revelação, por Ancelmo Góis, de que o
Japonês da Federal, herói da Lava Jato, declarando que foi agente da ditadura
infiltrado entre estudantes, nos anos 70. Newton Ishii, o personagem símbolo da
onda justiceira, não é apenas um condenado por facilitação de contrabando que
continuou ostentando o distintivo e a arma da Polícia Federal mas, desde
jovenzinho, um dedo-duro.
Sei que a expressão é meio fora de moda, mas é do
meu tempo de “dedurado” e vou usá-la.
Porque ela reflete o padrão moral de nossos
“salvadores”.
Não são apenas confessos, no Brasil de hoje,
acanalhado, são orgulhosos em confessar.
E a coisa não para aí. Vai a uma presidente do
Supremo Tribunal Federal que sugeriu que os bons passassem a ter a ousadia dos canalhas.
Não se sabe se seguiu este conselho em manobrar a pauta da Corte para adiar a
decisão sobre a prisão em segunda instância.
Fico no meu tempo de garoto, sob a ditadura, onde
via proliferar esta fauna de esgoto, genuflexa aos poderosos e orgulhosa do
papel de estafeta que isso lhe valia.
Tirar esta gente do comando do país é desacanalhar
o Brasil.
Por Fernando Brito - 14/08/2018
Por Fernando Brito - 14/08/2018
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