22/08 - O único plano que restou ao conservadorismo
brasileiro é o da fraude.
Não apenas o da fraude que significa tirar da
eleição aquele que é franco favorito para vence-las, mas tirar do povo
brasileiro o direito de escolher livremente, com informação sobre quem, no caso
de impedimento de Lula, é o seu candidato.
Ontem, o estranho casal Jair Bolsonaro e Marina
Silva deram uma prova disso.
Ele, no Rio, e ela, em Recife, deram declarações
protestando contra o nome de Lula – que é candidato, enquanto não se decidir o
contrário – estar presente em pesquisas eleitorais.
Marina acha que manter Lula entre os nomes
pesquisados “fragiliza o peocesso de decisão dos eleitores”.
Bolsonaro, menos teórico, fala que “o
cenário com o Lula não existe. Vamos respeitar as leis. Está errado botar o
Lula lá, ele está condenado em segunda instância”.
É mais do que querer criar um cenário ilusório, a
velha história de tirar o sofá da sala.
Trata-se da confissão – no caso de Bolsonaro, um
pleonasmo – de seu autoritarismo: é preciso “poupar” o povo de uma escolha,
apenas porque a escolha não lhes convém.
O ex-capitão age assim para se afirmar ainda mais
como o “anti-Lula”, ajudado na tarefa pela falta de “punch” de Geraldo Alckmin.
Marina Silva, porém, faz-se um estrago com o ódio a
Lula que lhe escorre por toda parte. Suas parquíssimas esperanças se resumem
em, impedido o ex-presidente, atrair parte de seu eleitorado pelo seu já
distante e esquecido passado de personagem popular.
É, porém, da natureza do escorpião brandir o ferrão
peçonhento ainda que isso custe a sua própria vida.
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