24/08 - Está cada vez mais difícil suportar o grau de
retrocesso mental que vive a classe média brasileira.
Não há explicação plausível para que aceitem e
prestigiem um energúmeno que diz e faz o que disse e fez ontem Jair Bolsonaro,
em Araçatuba.
Mas aceitam e aplaudem que diz que criança não pode
ver nudez artística, mas pode “brincar” e treinar com um “trezoitão”.
Falar o que falou (está aí em cima, na reprodução
do Estadão) a
uma criança de cinco anos de idade – e dizer, também, que, nesta mesma idade,
punha seus filhos para atirarem com armas “de verdade” (arma real, “não é de
ficção, não, nem de espoleta”) não é opinião, é crime.
É criar uma exposição a pequenas crianças, naturalmente
sem discernimento entre fantasia e realidade, a produzirem tragédias. Qualquer
pai que, por necessidade ou opção, tenha uma arma e filhos nesta idade sabe que
elas tem de ser tratadas como tabu – algo que nunca se deve tocar.
Num país em que o Ministério Público chega a
revirar latas de lixo atrás de algo que possa servir para acusar candidatos de
esquerda, há um estranho silêncio de suas excelências diante deste tipo de
crime.
Não é, repito, é um “delito de opinião”. O
porte, posse ou uso de armas de fogo por crianças é crime e é criminoso (artigo
286 do Código Pena,) quem ” incitar, publicamente, a prática de crime “. E
o Ministério Público tem a obrigação legal de agir.
Para a sorte de Bolsonaro, o crime que cometeu com
seus filhos, dando-lhes uma arma de verdade para que atirassem aos 5 anos de
idade, já prescreveu porque seria mais um.
Jair Bolsonaro é, não há outra palavra, um imbecil
perigoso.
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