16/08 - Viu a entrevista de Michel Temer à Folha, onde ele
pergunta “quem o governo apoia?” e dá a resposta demolidora?
– Parece que é o Geraldo
Alckmin, né?
Não viu? Não se preocupe, você vai vê-la – e é
possível que em versão piorada – durante a campanha eleitoral.
Porque os adversários do tucano encarregar-se-ão,
como escrever-se-ia em “temerês”, de lambuzar-lhe a imagem com a pecha infame
de “candidato do Temer”.
No seu imerecido exílio de luxo no Planalto, Michel
Temer destila, filtra e apura a sua peçonha.
É óbvio que sabe que a maior vingança que tem para
desfechar sobre o PSDB é a do famoso Paulo Preto, o diretor dos desvios do
Rodoanel que José Serra disse nem conhecer:
– Não se abandona um
líder assim, à beira da estrada…
“Os partidos que deram sustentação ao governo,
inclusive o PSDB, estão com ele [Alckmin]”, diz o já ex-presidente na prática,
reduzido a um minúsculo animal político que tem no ferrão venenoso a única forma
de interferir no quadro sucessório.
Vai usá-lo, como o escorpião usou-o ao sapo,
não apenas porque é de sua natureza vaidosa e mesquinha, mas porque é apenas o
que tem para continuar existindo politicamente, agora que está numa rua fria
onde ninguém lhe abre a porta.
O amante seco e murcho, a quem achavam “até
bonito”, que tudo entendia de romances, que ia unir o país, que nos tiraria do
caos e abriria as portas do paraíso, só tem agora a vingança da música de
Noel Rosa: vai dizer em praça publica que abrigou o PSDB, que o recebeu em suas
intimidade e que até pagou-lhe a comida com cargos e posições.
É o último desejo de Temer, e que Geraldo Alckmin
não pode negar, porque não pode repelir o óbvio e renegar o amor que os uniu no
golpe.
Sabe que tem um só poder, o do abraço do afogado e
não hesitará em usá-lo.
Por
Fernando Brito - 16/08/2018
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