27/01 - Hannah
Millbrandt tinha sete anos quando, depois de uma consulta médica, a mãe
sentou com a família e revelou que um tumor havia sido descoberto na base da
coluna vertebral da filha: "Pode ser terminal", completou. Em
depoimento ao Mirror, Hannah, hoje com 21 anos, conta que a revelação
mudou drasticamente a vida dela. Teresa, a mãe, obrigava a menina a andar de
máscara cirúrgica para que ela não ficasse mais doente.
A
família vivia em uma pequena cidade de Ohio, nos Estados Unidos. Hannah conta
que a comunidade começou a ajudar no financiamento do caro tratamento que
necessitava. "Você é meu bebê de milhões de dólares", disse a mãe
para ela na época. Teresa era uma enfermeira de cuidados domiciliares e era a
responsável por administrar a medição da filha. "Mas parecia me fazer
sentir pior — comecei a ter dores de cabeça terríveis e me sentia cansada o
tempo todo", lembra Hannah.
Mesmo
arrasado com a situação, ela relata que o pai sempre tentava agendar folgas do
trabalho para ir às consultas com ela. Mas, estranhamento, os encontros sempre
eram cancelados no último minuto Nas idas ao médico, Hannah era acompanhada por
Teresa e pela avó materna, Mary. Elas a levavam à sorveteria, de onde
normalmente a menina saia com sono.
Um
dia ela acordou com uma atadura na coluna inferior. Teresa disse que a
enfermeira Beth havia administrado a quimioterapia dela. "Beth veio
regularmente depois disso, embora eu nunca a tenha visto", conta Hannah.
Um dos momentos mais dolorosos para Hannah foi ter acordado completamente
careca. A mãe havia raspado a cabeça dela enquanto dormia, já que a quimio
estava fazendo os cabelos da menina caírem. Teresa ainda disse que eles não
cresceriam mais.
Teresa
alegou ao tribunal ter Síndrome de Münchhausen por procuração, doença mental em
que um cuidador inventa ou causa uma doença na pessoa que está sob seus
cuidados. Avaliada, o pedido foi rejeitado e ela foi sentenciada a seis anos e
meio de prisão. A avó foi absolvida, já o pai acabou condenado. "Foi-me
dito que, se eu me declarasse culpado, Hannah sairia da assistência social para
ir morar com a minha irmã de imediato e eu ficaria seis meses em liberdade
condicional. Foi aí que eu me atrapalhei. O juiz teve uma ideia
diferente".
Com
os dois pais na prisão, Hannah passou um ano em abrigos da assistência social,
até a irmã do pai conseguir a guarda dela. Apesar do carinho da tia, aos 12 a
menina foi diagnosticada com depressão. O pai saiu da cadeia quando Hannah
tinha 15 anos e hoje ela mora com a madrasta e ele. "Eu realmente acredito
que ele não sabia nada sobre a fraude da minha mãe".
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