01/01 - No
pronunciamento televisionado, ele voltou a dizer que a Coreia do Norte já tem
tecnologia para atingir todo o território dos Estados Unidos com mísseis e que,
por isso, Washington nunca começaria uma guerra.
"Essa
é a realidade, não uma ameaça", afirmou.
Kim
Jon-un destacou, porém, que só apertaria o botão nuclear, se a segurança da
Coreia do Norte estivesse ameaçada e se disse disposto a conversar com a Coreia
do Sul.
Ele
informou, por exemplo, que considera enviar uma delegação de atletas para os
Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, que serão sediados no país vizinho, em
Fevereiro.
A
Coreia do Sul sempre defendeu que a participação da Coreia do Norte nos Jogos
ajudaria a aliviar a tensão entre os dois países.
O
presidente dos Estados Unidos foi perguntado por repórteres sobre a fala de Kim
Jon-un, mas não quis comentar. "Vamos ver, vamos ver", disse ele,
durante a celebração do Ano Novo no resort Mar-a-Lago, na Flórida.
Sanções
e ameaça nuclear
A
Coreia do Norte foi alvo constante de críticas e sanções no ano passado, por
seu programa nuclear e os testes com mísseis que realizou.
Kim
Jon-un conduziu seis testes em 2017 que demonstraram os avanços tecnológicos
das armas nucleares norte-coreanas.
Em
novembro, foi lançado o Hwasong-15, que voou 900 km e alcançou 4 mil km de
altitude, o que representa a maior altura atingida até hoje por um projétil
norte-coreano.
A
Coreia do Norte alega que já têm um arsenal nuclear completo e pronto para ser
utilizado, embora ainda haja ceticismo internacional sobre a verdadeira
capacidade de o país lançar um ataque efetivo.
No
seu pronunciamento de Ano Novo, Kim Jon-un enfatizou o foco do governo no
programa nuclear e disse que seu país precisa ser "um produtor em massa de
ogivas e mísseis balísticos".
Tom
mais ameno com a Coreia do Sul
Mas
Kim Jon-un também indicou que existe espaço para melhorar o relacionamento com
a Coreia do Sul - país com o qual a Coreia do Norte ainda se encontra
tecnicamente em guerra.
"O
ano de 2018 é significativo tanto para o Norte quanto para o Sul, com a Coreia
do Norte comemorando seu aniversário de 70 anos e a Coreia do Sul sediando as
Olimpíadas de Inverno", ressaltou.
"Devemos
derreter as congeladas relações entre a Coreia do Norte e Coreia do Sul,
fazendo com que este ano tão significativo seja especialmente lembrado na
história da nação."
O
aceno à Coreia do Sul marca uma mudança de tom, após um ano de retórica
particularmente agressiva da Coreia do Norte.
No
mês passado, o presidente sul-coreano Moon Jae-in sugeriu adiar um treinamento
militar anual conjunto com tropas norte-americanas até o final dos Jogos de
Inverno.
A
Coreia do Norte costuma classificar esses treinamentos como exercícios de
preparação para a guerra.
(BBC)
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