17/02 - Foram 445
homicídios de LGBTs registrados em 2017, 30% a mais que no ano anterior.
O dado é do Grupo Gay da Bahia,
que há décadas coleta estatísticas sobre assassinatos de homossexuais e
transgêneros no país. O preconceito e a intolerância alimentam essa
estatística. Listamos, a seguir, sete frases que são homofóbicas e as pessoas
falam sem perceber:
1 — “Eu não sou
preconceituoso. Até tenho um amigo gay!”
Começar com “não sou preconceituoso” não anula o preconceito. Dizer que
tem um amigo gay é totalmente desnecessário. “É óbvio que todo mundo tem um amigo
gay, assim como tem um amigo hétero. Ser gay é tão natural que nem deve ser
comentado”, diz Douglas
Drumond, militante LGBTI e dono do Chilli Pepper Single Hotel, destinado ao
público gay.
2 — “Tudo bem ser lésbica, mas
precisa se vestir como homem?”
“Uma mulher heterossexual só
pode usar saia também?”, questiona Fabrício Viana, diretor da Associação
da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Além de ser preconceituosa, a expressão
interfere no modo do outro de ser. Quer dizer, além de julgar a sexualidade
alheia, está embutido na frase um desejo de controlar o que o outro veste.
3 — “Que desperdício!”
Bem comum de dizer ao ver alguém que
acha bonito, mas não é hétero. É preciso ponderar: você diz a mesma coisa para
uma pessoa comprometida? Ou para uma pessoa que simplesmente não teve interesse
em se relacionar com você? Dizer isso apenas para LGBTs mostra uma carga de
julgamento e preconceito.
4 — “Eu não tenho problemas
com lésbicas. Inclusive, adoro vê-las se pegando”
Toni Reis, diretor presidente da
Aliança Nacional LGBTI e diretor executivo do grupo Dignidade, ressalta que,
além de preconceituosa, a expressão é também machista. “Muitos homens acabam tendo
essa fantasia, que é fruto da visão do corpo feminino como um objeto.”
5 — “Que viadagem!”
Termos como “machão”, “bichinha” ou “mulherzinha” não deveriam ser usados para pontuar
uma atitude. Achar que homens só podem usar azul e mulher só cor-de-rosa
limitam os comportamentos de todos. Existem LGBTs sensíveis? Claro. Assim como
héteros.
6 — “Ser gay, tudo bem. Mas
não dê em cima de mim!”
Neste caso, existe ainda uma autoestima
elevada demais, por presumir ser irresistível para qualquer orientação sexual
ou identidade de gênero. “Já ouvi essa frase algumas vezes. E fui bem direito
com meu interlocutor: ‘Mas você não me parece nem interessante pra outras
mulheres, muito menos pra mim, não precisa se sentir tanto, não vou mesmo te
agarrar!’”, lembra Viana.
7 — “Mas precisa ficar se
exibindo assim?”
Viu um casal homoafetivo se beijando?
Entenda que é um direito dele, assim como do casal hétero. “Se uma mulher sentar no colo
de outra, para muita gente, ainda é absurdo. Mas se uma mulher senta no colo do
namorado, é visto de forma natural”, lembra Douglas Drumond.
Mudança de hábito
Ninguém é obrigado a saber de tudo. Na
dúvida, cabe o respeito pelo outro. Errou, ofendeu sem querer? Peça desculpas.
“Chamou uma
travesti de ele, mas deveria ter chamado de ela? Corrija. A gente evolui quando
interage com o outro”,
fala Viana.
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