A farra das passagens foi publicada em série de
reportagens pelo Congresso em Foco, que revelou que centenas de deputados
e senadores viajavam pelo Brasil e pelo exterior com dinheiro público, muitas
vezes para passear, ou cediam suas cotas de bilhetes aéreos para terceiros,
como parentes, amigos e cabos eleitorais. Após a repercussão negativa do
episódio, a Câmara reviu as regras para tornar mais explícita a determinação de
que a verba só poderia ser usada para exercício da atividade parlamentar.
Como
revelou este site, só na Câmara mais de 250 deputados viajaram para
fora do país com recursos públicos. Paralelamente, foram abertas investigações
para apurar um esquema de comércio ilegal de créditos aéreos envolvendo
assessores e parlamentares.
Para fazer as denúncias, a Procuradoria recebeu apoio da Polícia Federal. Foram examinados 160 mil bilhetes aéreos pagos pela Câmara aos deputados entre 2007 e 2009 às companhias Gol e TAM. Os gastos com esses bilhetes chegaram a R$ 70 milhões em valores da época. Só com viagens internacionais, foram 1.588 trechos, que saíram ao custo de R$ 3,1 milhões. Outros R$ 64 milhões bancaram 112 mil voos nacionais. A principal dificuldade dos investigadores, além do número elevado de passagens a examinar, foi saber quais trajetos estavam relacionadas ao exercício da atividade parlamentar e quais tinham propósitos particulares.
O
Ministério Público se prepara para ir à Justiça cobrar cerca de R$ 50 milhões
de mais de 500 políticos. A relação dos demandados inclui o chefe da Casa
Civil, Eliseu Padilha (PMDB), o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), e mais
cinco colegas deles no governo Michel Temer. Engloba os presidente do
Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e
os ministros do TCU Vital do Rêgo, José Múcio e Ana Arraes e os governadores de
Brasília, Rodrigo Rollemberg (PSB), do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e de
Sergipe, Jackson Barreto (PMDB). Todos eram deputados em 2009, quando as
investigações avançaram.
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