13/01 - Um currículo bem-feito é fundamental para
garantir sucesso na busca por uma oportunidade de trabalho. No entanto,
muitos candidatos são descartados de cara porque não conseguem atrair a atenção
dos recrutadores para suas habilidades, pois não conseguem transmitir no papel
o seu potencial e experiência.
Além disso, avanços tecnológicos permitem que a
seleção de um candidato seja feita hoje com base em algoritmos. Sendo assim, é
importante dedicar uma parte do tempo para tornar o currículo atraente e
adequado ao perfil da empresa.
Esqueça o hábito de utilizar um mesmo currículo
para diferentes companhias. Adaptar o documento para a vaga aberta é o primeiro
passo. “Se o candidato tem interesse em uma vaga específica, vale customizar o
currículo e direcionar as informações para a posição que está interessado”,
ensina Raphael Falcão, da Hays Recrutamento.
Feito isso, o passo seguinte é destacar os
principais pontos da trajetória profissional. “Tem que focar, já de cara, nos
projetos que realizou, mensurar resultados que alcançou e como foi o início,
meio e fim deste trabalho”, explica Falcão. Importante colocar as atividades em
ordem cronológica bem como link para página de mídia social profissional. “Nada
de ficar enfeitando ou criando no currículo. O que faz a diferença é o
recrutador bater o olho e conseguir identificar, de forma clara, o que o
candidato faz bem e se sua experiência é compatível com a posição aberta ou se
teria outra área para aquela pessoa”, complementa.
Na hora de escrever o currículo, o candidato
precisa pensar de forma estratégica, não apenas recorrendo à ordem cronológica
inversa (da mais recente para a mais antiga) para mostrar a trajetória
profissional. “Em cada uma das suas etapas profissionais, quais foram os
projetos mais relevantes? Qual foi sua participação? Quais os resultados?
Procure tangibilizá-los com números ou porcentuais. Se você tem uma experiência
longa, coloque apenas as últimas e mais relevantes passagens”,
aconselha Leonardo Berto, gerente de negócios da Robert Half.
“Olhe para sua carreira e encontre aquilo que pode
destacá-lo dos demais. O currículo não tem que ter tudo, deve conter apenas o
suficiente para chamar a atenção do recrutador e ele querer saber mais sobre
você”, complementa Berto.
Com os processos cada vez mais informatizados, é
fundamental que o profissional adeque seu currículo para as novas realidades
virtuais. Isso significa que recorrer à palavra-chave para mostrar as
habilidades técnicas e comportamentais podem contribuir para o perfil ser
selecionado.
Por fim, tenha as redes sociais profissionais
atualizadas. Não é incomum o recrutador dar uma olhada nestes perfis antes de
chamar o candidato para a próxima etapa do processo seletivo.
A entrevista de emprego
Seu currículo foi selecionado para a vaga e chegou
a hora de passar pela segunda fase do processo: a entrevista de emprego.
Do mesmo jeito que as empresas usam a internet para
saber mais do candidato, o interessado em uma vaga deve fazer o mesmo. Buscar o
máximo de informações possíveis sobre a empresa, como áreas de atuação,
projetos, produtos e o perfil da companhia. Saber por que a vaga foi criada e,
se possível, falar com quem já trabalhou na companhia pode ajudar nessa etapa.
“Conhecer a empresa é um diferencial porque passa
comprometimento, profissionalismo e organização. As informações coletadas nas
pesquisas devem ser usadas para direcionar suas respostas, mas isso deve ser
feito de forma sutil”, diz Falcão.
Segundo Berto, pesquisar sobre a empresa, os
clientes atendidos por ela e sua posição no mercado e outras informações que
vão mostrar que você está interessado em fazer parte do time. “Também serve
como preparo, caso o candidato seja perguntado sobre como contribuiria para a
companhia. Inclusive, antecipar o que pode ser perguntado durante a entrevista
ajuda o candidato se preparar”, diz.
Dicas para a entrevista
1.Por que você saiu da empresa em que trabalhava?
Muitos candidatos acabam não apresentando de forma
clara e objetiva as razões pelas quais deixaram o último emprego,
principalmente se a razão foi por demissão. Não minta, pois um headhunter (em português, significa caçador de cabeça), o experiente
vai se aprofundar no assunto e acabar descobrindo. Ser demitido não é demérito
para ninguém, acontece. O melhor é dizer a verdade e explicar as razões para a
sua saída, se foi por um corte de custos ou porque a empresa queria um
profissional mais barato naquele momento
2. Por que você quer trocar de emprego?
Pense com antecedência no que você irá responder e
estruture algo objetivo para falar ao recrutador. Não exponha o atual
empregador, falando mal de diversos aspectos. Mas não há problema algum em
dizer que você não se adaptou à cultura da empresa – e especificar algum ponto
em relação a isso – ou ainda justificar sua saída pela vontade de crescer na
carreira.
3. Podemos conversar em inglês?
Aqui é para testar o nível de inglês que foi
indicado no currículo. Se o candidato colocou que é fluente mas tem um nível
intermediário, isso pode fechar muitas portas.
4. Quais são seus pontos fracos?
O candidato não deve falar que não tem pontos
fracos, pode passar a impressão de que não está correndo atrás para melhorar
suas competências profissionais. A verdade é que ninguém deve se achar 100%,
sempre há algo em que se aperfeiçoar.
5. Qual é a sua pretensão salarial?
Por mais desconfortável que seja falar de salário,
é importante ir para uma entrevista de emprego com um número em mente. Não tem
problema se o salário não é motivador para você, mas diga a partir de quantos
reais uma oportunidade pode lhe interessar.
Linguagem corporal
Segundo Berto, não é só a linguagem verbal que diz
algo sobre o candidato. O corpo também fala. A dica é procurar saber alguns
sinais corporais e o que eles significam para não transmitir a mensagem errada
na entrevista de emprego.
“Os recrutadores são especialistas em analisar
pessoas e prestam muito atenção na linguagem não -erbal”, ensina Berto, que dá
algumas dicas:
1. Inclinar-se para trás
Se você quer demonstrar interesse em uma conversa e
na pessoa que está à sua frente, evite inclinar-se para trás. Mantenha-se reto
ou ligeiramente inclinado para frente.
2. Cruzar os braços
Esse é um clássico indicador de desinteresse.
Especialistas em linguagem corporal recomendam, inclusive, que você encerre uma
reunião se perceber que uma ou mais pessoas estão de braços cruzados ou
inclinando-se para trás.
3. Não manter contato visual
Não olhar nos olhos de uma pessoa pode passar a
sensação de desonestidade.
4. Encarar demais
Não olhar alguém nos olhos é sinal de
desonestidade, mas encarar também não é positivo. Transmite agressividade. Para
manter o encontro confortável, olhe direto no olho da pessoa por um ou dois
segundos a cada vez e faça isso com frequência.
5. Segurar as próprias mãos
As pessoas normalmente fazem isso quando sentem
nervosismo. Se quiser passar imagem de autoconfiança, não faça.
6. Colocar as mãos para trás ou nos bolsos
Pode ser visto como um sinal de que há algo a
esconder.
7. Tocar o rosto
Principalmente se for no nariz ou na boca, é um
gesto que transmite decepção ou resistência.
8. Acenar com a cabeça muitas vezes
Consentir com a cabeça é parte natural de qualquer
conversação e faz com que seu interlocutor saiba que você está entendendo o que
ele está falando. Mas fazer isso muitas vezes demonstra fraqueza.
9. Dar tapinhas nas pernas
É um gesto que mostra como você não está
confortável naquela situação.
10. Olhar de relance no relógio ou celular
Não desvie sua atenção da conversa a menos que seja
extremamente necessário. E, se precisar fazê-lo, se justifique.
(Revista Veja)
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