10/04 - O
ódio político que castiga o Brasil e subtrai ao país qualquer possibilidade de
pacificação no médio prazo ganhou mais um capítulo.
A
doença do antipetismo manifestou-se de forma exuberante ao longo das 46 horas
que precederam a apresentação de Lula à Polícia Federal, saindo a pé de um
sindicato cercado por manifestantes que tentaram impedir sua prisão,
contrariando sua própria decisão.
Fogos,
distribuição de bebida gratuita em cabaré de luxo e finalmente os rojões
atirados contra o avião no desembarque em Curitiba, por manifestantes que não
foram incomodados, enquanto, enquanto os apoiadores de Lula eram atacados por
policiais.
O
antipetismo não começou com o mensalão, o petrolão ou o tríplex do Guarujá.
Surgiu antes de tudo isso, no primeiro governo Lula, e brotou numa classe média
que se entende vítima, e não beneficiária, da redução da pobreza, e que reagiu
fortemente às medidas de inclusão, como o Bolsa-Família.
Áudios
vazados do
voo que conduziu Lula à Curitiba revelam como esse ódio atinge até pessoas que,
supostamente, estariam treinadas para manter a serenidade e o profissionalismo
em quaisquer circunstâncias.
Em
uma atividade de Segurança Nacional, foi possível ouvir:
— Leva [Lula] e não e traz nunca mais.
— Manda este lixo janela abaixo aí.
Temendo
que os áudios vazassem — o que, de fato, aconteceu –, uma voz da cabine do
avião pede prudência:
—
Vamos tratar só do necessário. Vamos respeitar o nosso trabalho aqui.
— Eu
respeito mas manda este lixo janela abaixo… — responde outra voz de homem.
Uma
voz feminina entra na conversa e diz:
—
Pessoal, a frequência é gravada e pode ser usada contra a gente. Então,
mantenham a fraseologia padrão, por gentileza.
Por
meio de nota, a FAB (Força Aérea Brasileira) confirmou que a conversa ocorreu
instantes antes da decolagem da aeronave, assegurando que a frase não foi dita
por um controlador da torre. No entanto, a FAB não soube informar se foi dita
por um piloto ou tripulante.
“Podemos
assegurar que a observação ao final do áudio em questão não foi feita pelo
controlador de tráfego aéreo. Ressalva-se que a frequência utilizada para essas
comunicações aeronáuticas é aberta, por isso quem estiver conectado pode ouvir
e falar. Porém, as regras de tráfego aéreo orientam que os usuários se
identifiquem, o que evidentemente não ocorreu neste caso.”
A
FAB não informou se irá investigar e identificar os responsáveis por impropriedades
tão graves numa operação de alta responsabilidade. Em qualquer país sério do
mundo, os responsáveis já estariam identificados e punidos.
PragmatismoPolítico
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