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18 de junho de 2014

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Francisco Lopes de Aguiar Neto – o coronel Chico Lopes, foi prefeito de Massapê por duas legislaturas: 1967/1971 e 1973/1976. “Coronel”, como assim gostava de ser tratado, adquiriu a genérica patente, na marra, resquícios do coronelismo nordestino. O saudoso político foi classificado como um dos dez melhores prefeitos do Ceará, conforme matéria estampada no jornal O Povo, edição de 04 de outubro de 1976. “Coronel” tinha passe livre no Palácio do Governo cearense, notadamente com os governadores: coronel César Cals (1971/1975), coronel Adauto Bezerra (1975/1978) e coronel Virgílio Távora (1979/1982). José Deusdete dos Santos - vulgo Bacabal, (falecido aos 56 anos de idade, dia 16 de novembro de 2007), vez outra se fazia passar por segurança particular do coronel Chico Lopes. Na gíria nordestina, ele era uma espécie de capanga do tradicional político, que comumente abria a torneira do tonel contendo o precioso líquido que ele, Bacabal, mais gostava (cachaça serrana direto do alambique). Certa vez, o prefeito comemorava com a família, amigos, correligionários, cabos eleitorais e o povo, seu aniversário na fazenda Arraial, distante cerca de seis km de Massapê. Foram abatidos três bois, meia dúzia de suínos e dezenas de galinhas caipiras e capotes para servir aos convidados, que não eram poucos, dentre os quais, é claro, Bacabal, que, dada a intimidade com o prefeito, nem convite precisava. Os dois eram que nem carne e unha. De tapinhas nas costas e conversas ao pé do ouvido, Chico Lopes já estava se aborrecendo, sem falar naquela meia dúzia de gente de saco e corda que a todo o momento lhe bajulava. A certa altura da festa, é chegado o momento do anfitrião desejar as boas-vindas aos convidados, que, ao pegar o microfone do serviço de som, foi surpreendido por quem? Bacabal, que num gesto de reconhecimento e gratidão, por conta própria e de improviso fez uso da palavra. Bastante alcoolizado, pediu silêncio aos presentes e soltou o verbo:

- Coronel Chico Lopes, vejo que muita gente lhe trouxe presentes, mas eu sou pobre e o maior presente que eu tenho para lhe dar é a minha amizade, respeito e consideração.

No que o povo aplaudiu, Chico Lopes que também já tinha ingerido umas boas doses de uísque importado, perguntou:
        - Bacabal, pois me diga quem é a pessoa que você mais ama nesse mundo?
      - É o senhor, meu coronel.
        - E eu que pensei que fosse dizer que é o teu pai, tua mãe, tua esposa...
        - Eu já disse que a pessoa que eu mais amo na vida é o senhor, meu coronel.
      - E depois de mim, qual a pessoa que tu mais ama na vida?
        - É quem o senhor indicar – respondeu categoricamente numa demonstração jamais vista de Gente de Saco & Corda.
      
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