Ao lado dos irmãos Ciro, Ivo, do presidente da
Assembleia Zezinho Albuquerque, do prefeito de Fortaleza, além de deputados
estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças políticas, em reunião no Hotel
Romanos na capital cearense, o grupo político liderado pelo governador Cid
Gomes decidiu, ontem, por unanimidade, que o rumo da comitiva dissidente do PSB
no Ceará será mesmo o Partido Republicano da Ordem Social (PROS). No Estado, a
legenda, que nasce com 14 deputados, nove estaduais e cinco federais, pelo menos
50 prefeitos e um governador, já decidiu que apoiará a reeleição da presidente
Dilma Rousseff em 2014, mas todos os pronunciamentos avistam uma possível
candidatura própria já em 2018, com Ciro Gomes. A comissão provisória do PROS
no Ceará será presidida pelo chefe de gabinete de Cid Gomes, Danilo Serpa.
Logo após o término da cerimônia que chancelou a
ida ao PROS e reuniu centenas de aliados, Cid Gomes ligou para o presidente
nacional da sigla, Eurípedes Júnior, para anunciar a adesão do grupo. Hoje, o
governador cearense comunicará Dilma Rousseff da deliberação do evento de
ontem. Cid se filia ao partido recém-criado ainda hoje, em Sobral. As fichas de
filiação dos demais aliados estarão disponíveis no Shopping Avenida, numa sala
próxima à que o PSB cearense ocupa.
No início do encontro, o prefeito Roberto Cláudio
fez uma defesa tímida do PDT, narrando a conversa com o presidente nacional da
agremiação, Carlos Lupi, e chegou a mencionar que o partido passava por alguns
problemas nacionais após a criação do Solidariedade, liderado pelo deputado
Paulinho da Força, ex-pedetista.
Convite
O pronunciamento do prefeito ocorreu após o
governador Cid admitir que, no último encontro com o seu grupo político, na
última quinta-feira, ficou decidido que, apesar de cinco legendas terem feito
convite aos ex-pessebistas, apenas duas siglas seriam consideradas: PROS e PDT.
Em seguida, o presidente da Assembleia Legislativa,
deputado José Albuquerque, fez uma defesa contundente da filiação ao PROS e foi
ele o primeiro a levantar a projeção para uma possível candidatura à presidência
da República em 2018. "É 2014 com Dilma e 2018 com Ciro", reforçou.
Ele fez questão de tranquilizar os diretórios do Interior e os colegas
parlamentares ao justificar que "tempo de televisão" não seria
problema nas eleições, já que a sigla já tem "musculatura" com
aproximadamente 30 deputados federais.
No total, 22 pessoas expuseram suas opiniões. A
maioria defendeu a filiação ao PROS pela segurança jurídica dos mandatos, já
que, na troca partidária, ficam resguardados de questionamentos os parlamentares
que aderem a novas siglas.
Ao discursar, Ciro Gomes disse que atualmente está
menos ambicioso, mas tem se engajado nos últimos dias na filiação a um novo
partido após o governador Cid Gomes ter levado uma "facada pelas
costas". "Estou pixote e vou andar por todos os interiores para
divulgar o partido, independente de qual seja", afirmou Ciro antes da
votação que chancelou a ida ao PROS.
Missão
A última fala do governador Cid Gomes também foi no
sentido de apoiar o coro feito pelos aliados em alçar voos mais altos no pleito
de 2018. "Vamos lutar pela presidente Dilma em 2014 e projetar o partido
para 2018", sentenciou. Procurado pelo Diário do Nordeste, Ciro Gomes
tentou desconversar o investimento para uma possível candidatura em 2018 e ressaltou
que aceitará qualquer missão que lhe seja dada. Questionado se a tarefa incluia
a candidatura, ele respondeu: "Se for necessário, sim".
Apesar das especulações de que poderia ocupar um
Ministério ou indicar um nome para uma das pastas federais, Cid Gomes descartou
a hipótese e afirmou que foi ele próprio quem pediu para que Leônidas Cristino
entregue oficialmente a chefia da Secretaria Especial dos Portos. A saída deve
ser oficializada ainda nesta semana.
Em relação à possibilidade de dividir um palanque
com a ex-prefeita Luizianne Lins, para defender a reeleição da presidente
Dilma, Cid ressaltou que não tem nenhum problema pessoal com a petista e
reforçou o discurso de que tentou manter a aliança com o PT em Fortaleza até o
último momento. Ciro Gomes também minimizou a situação e declarou: "quem
quer apoiar alguém deseja que todo mundo apoie". Perguntado se cogita a
possibilidade de o PT lançar uma chapa ao Governo do Estado, Ciro foi enfático:
"Zero".
Cid Gomes disse que tentará manter aliança com PT,
PMDB, PDT, PHS, PCdoB, PP, PTB e PRTB. Alguns aliados dessas siglas
participaram do evento. Nos bastidores, comentava-se que a intenção é mostrar
que o grupo quer demonstrar a força de uma candidatura ao Governo Estadual
apoiada por Cid em 2014.
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