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23 de janeiro de 2019

PEDIDO DE EUNÍCIO PARA ARQUIVAR INQUÉRITO DE RECEBIMENTO DE PROPINA É NEGADO NA PGR


23/01 - O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, se mostrou contrário ao pedido do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), para mudar uma investigação de que é alvo junto a Renan Calheiros no Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação apura se houve corrupção passiva e lavagem de dinheiro na campanha de Eunício ao governo do Ceará em 2014. São analisados pagamentos de R$ 43,6 milhões da J&F a políticos do MDB em troca do apoio à Dilma Rousseff. O dinheiro teria sido retirado da propina que a empresa devia ao PT por negócios ilícitos envolvendo o BNDES e fundos de pensão.

Em delação, o ex-presidente da Transpetro nos governos de Lula e parte do governo de Dilma [de 2003 a 2014], Sérgio Machado, afirmou que a residência oficial da presidência do Senado, ocupada em 2014 por Renan Calheirosserviu de ponto de encontro de senadores do MDB para tratar da propina que receberiam para apoiar a reeleição de Dilma.

O ex-senador disse ainda que as reuniões contavam com os senadores Renan Calheiros, Jader Barbalho, Carlos Eduardo Braga, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rêgo, Edison Lobão e Waldir Raupp. Renan Calheiros, inclusive, apesar de afirmar que não pretende concorrer à presidência do Senado, segue no páreo.

Em novembro de 2018, a defesa de Eunício Oliveira relatou que não havia provas contra o ex-senador e pediu o arquivamento ou ao menos que o caso não fosse enquadrado como corrupção e lavagem, mas sim como crime eleitoral, o que levaria a uma pena é menor.

Para Luciano Mariz Maia, vice-procurador-geral da República, “Os elementos reunidos, diversamente do que se alega, sugerem pagamentos de vantagens indevidas, em razão dos cargos dos investigados, parte por meio de operações comerciais simuladas, tipologia clássica de lavagem de capitais.

Deste modo, não que há se falar em irregularidade eleitoral, sem deixar de apurar a presença de fatos de gravidade ainda maior”.

No pleito de 2018, Eunício não se reelegeu senador e, quando deixar o mandato em fevereiro, perderá foro. 
Tribuna do Ceará
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