01/05 - A
formação de uma eventual chapa entre PSDB e MDB para a eleição presidencial
seria uma parceria replicada em poucos Estados em campanhas para governador.
Apesar da retomada das negociações no plano federal, que envolveriam o
tucano Geraldo Alckmin como candidato ao Palácio do Planalto e o
emedebista Henrique Meirelles como possível vice, os dois partidos
devem se colocar em campos opostos em pelo 16 unidades da Federação.
Até
o momento, em apenas três Estados ensaia-se um projeto único entre as duas
siglas, e em outros oito a situação é incerta. Levantamento do
Estadão/Broadcast feito nas pré-candidaturas estaduais de MDB e PSDB aponta
que, das 16 unidades em que os dois partidos devem estar em palanques
diferentes, em quatro delas tucanos e emedebistas deve ter candidato para
liderar a chapa - Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Nas
outras 12, serão coadjuvantes em chapas distintas. São elas: Alagoas, Amapá, Ceará,
Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande
do Norte, Rondônia e Sergipe.
As
duas siglas estariam juntas no Acre, no Rio de Janeiro e em Tocantins. Neste
último Estado, o candidato tucano deve ser o senador Ataídes Oliveira, que já
conta com o apoio do MBD após a Justiça Eleitoral cassar o mandato do
governador, Marcelo Miranda (MDB-TO).
No
Rio, emedebistas e tucanos devem apoiar a candidatura do ex-prefeito da capital
Eduardo Paes, que se filiou ao DEM para disputar o cargo de governador. Já o
Acre poderá ter os dois partidos apoiando a candidatura do senador Gladson
Cameli (PP-AC) ao governo.
Negociação
As
disputas locais têm sido colocadas como um complicador na formação de chapa
única no pleito presidencial. Na semana passada, o Estado mostrou que o PSDB
admite negociar aliança eleitoral com o MDB do presidente Michel Temer. Alckmin
sinalizou ao partido que está disposto a defender pontos do legado econômico do
governo que sejam compatíveis com o programa de governo tucano. A discussão
conta com o esforço do ex-prefeito João Dória (PSDB), que tem conversado com
Temer sobre o assunto.
Quarto
maior colégio eleitoral do País, a Bahia é um símbolo
das divergências entre tucanos e emedebistas. Há algumas semanas,
PSDB e MDB indicavam apoiar a candidatura do prefeito de Salvador, Antonio
Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), ao governo. ACM Neto, no entanto, desistiu da
candidatura e o cenário se embaralhou.
Agora
o PSDB quer lançar o deputado federal João Gualberto para enfrentar o atual
governador Rui Costa (PT-BA). O tucano, no entanto, rejeita aliança com o MDB
baiano, comandado pelos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, ambos investigados
na Lava Jato. Geddel está preso em Brasília.
Em
Minas Gerais, a situação é ainda mais complicada. O MDB estava próximo do
governador Fernando Pimentel (PT), que vai tentar a reeleição, mas o partido
rachou. Uma ala, liderada pelo atual vice-governador e presidente regional do
partido, Toninho Andrade, passou a defender candidatura própria. Já os tucanos
indicavam apoio a Rodrigo Pacheco (DEM), mas, agora, decidiram lançar a
pré-candidatura do senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo.
(DN)
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