28/02 - Para
destruir a democracia, uma das chaves é destruir os partidos políticos. Sem
partidos, ela não existe.
A
notícia de que o movimento Agora!, de Luciano Huck (e logo virão outros) firmou
um “convênio
eleitoral” com a Rede de Marina Silva – como já tinha feito
com o PPS – não significa uma o que seria uma saudável abertura dos partidos às
organizações da sociedade civil.
Significa,
isto sim, a transformação dos partido em uma espécie de “franquia eleitoral” para
movimentos organizados por empresários e seus prestadores de serviços – nada de
pessoal contra tais profissionais – e a criação de bancadas que têm menos
ainda a ver com os programas e a vida interna dos partidos – já absolutamente
precários no Brasil.
Que
tipo de coerência se pode esperar quando se admite tão explicitamente a
transformação dos partidos em “barrigas de aluguel”?
De
que adianta que, mal ou bem, os partidos estejam sujeitos ao controle das
leis e, em algum grau, da Justiça se eles servem para abrigar
organizações que – conquanto possam ser legítimas – estão sujeitas apenas a um
controle privado e, não raro, econômico?
Qual
é a diferença entre isso e o controle cartorial dos partidos que tanto se
critica como sendo “a velha política”? O fato de seus controladores serem
personagem do mundo empresarial ou “celebridades” do
mundo azul?
O
tal Agora!, fui pesquisar, é controlado por meros 90 membros!
O
estado e a política que disso saem pode ser vistosos e floridos. “Modernos”,
dizem.
São
como parasitas, que precisam de hospedeiros. E, no caso da Rede e do PPS, os
dois hospedeiros já são resultado de excrecências, o primeiro do PT e o segundo
do PSDB.
Mas
lhe faltam raízes e, sem elas, não só o viço é passageiro quanto, nos
temporais, os elementos em fúria os arrancam e os reduzem a nada.
Por Fernando Brito - 28/02/2018
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