30/11 - O Zika é também uma doença sexualmente
transmissível (DST). É o que alerta o professor e pesquisador do Departamento
de Imunologia da Universidade de São Paulo (USP), Jean-Pierre Peron. Segundo
ele, durante Simpósio Internacional sobre Neuroinflação, promovido pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizado no Centro de Eventos do Ceará, o
vírus (ZKV) pode ser transmitido através de relação sexual de uma pessoa com
Zika para os seus parceiros, mesmo que ela já esteja infectada e não apresente
os sintomas da doença.
"O mosquito Aedes aegypti pica a
pessoa, transmite o vírus e se ela transar sem camisinha está colocando em
risco o outro não só para a infecção em questão como para outras DSTs",
afirma, acrescentando que isso é de conhecimento mundial e não entende as
razões porque no Brasil, a informação não esteja disseminada. "Nos Estados
Unidos, ainda no aeroporto, se ver cartazes chamando atenção para o
perigo", afirma.
De acordo com dados da Secretaria da
Saúde do Estado (Sesa), entre janeiro e 11 de novembro deste ano, o Ceará somou
559 casos da enfermidade, sendo 80 em gestantes, mas sem casos de microcefalia,
contra 103 no ano passado.
Por esta razão, defende, existe a
necessidade de se promover os estudos para a vacina. "Estamos com parceria
com a Universidade de Harvard, no Estados Unidos, ainda nas primeiras fases da
pesquisa", adianta.
Entre o que o grupo de pesquisadores
estuda está como o vírus se comporta no cérebro, que tipo de célula ele
infecta, quais as proteínas que ele induz, resposta imune e invasão viral,
nesse caso, entender qual o receptor que o vírus gruda para invadir a célula.
"Se a gente entender essa biologia podemos intervir terapeuticamente,
inclusive indo buscar drogas que possam impedir a ação do hospedeiro",
pontua.
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