A reaproximação entre PT e PMDB no
Ceará não constitui um ponto fora da curva, uma exceção a corromper uma suposta
incompatibilidade de valores entre as siglas, demarcada sobretudo após o
impeachment. Ao contrário, pelo que informa a imprensa do sul, é antes parte de
um movimento bem mais amplo, mais evidente nas regiões Norte e Nordeste.
No Ceará, se algo dificulta essa
reaproximação é a relação tumultuada entre Eunício Oliveira e os irmãos Cid e
Ciro Gomes, pois o PT por aqui virou um puxadinho do PDT. Nada que a
necessidade de garantir foro privilegiado com o menor risco possível não possa
superar.
Bacanas mesmo são as declarações de
parte a parte. PT e PDT dizendo que podem até aceitar compor com os “golpistas”
em nome de uma incerta candidatura de Lula; o PMDB garantindo que prefere
deixar ressentimentos de lado para trabalhar, de olhos fechados, para o bem do
Ceará. Até parecem que fazem favor ao outro e não agem por interesse próprio.
Tanto sacrifício e amor pelo bem comum
podem até comover os que anseiam uma sinecura estatal, mas não apaga a troca de
acusações das eleições passadas, que subsistem agora como prova de que todos
sempre se conheceram muito bem.
Nota – Quando partidos de oposição no
Ceará, especialmente PSDB e PR, aceitam esperar o PMDB decidir de que lado
está, aguardando autorização do PDT para fechar com o PT e voltar ao
governismo, se igualam àqueles que criticam.
Por Wanfil em Política
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