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1 de agosto de 2014

VIA E-MAIL AO SITE: "NO CORONÉ"

Chico Machado, Beto Lira, cel. Adauto Bezerra e o Coroné Chico Lopes
No final da década sessenta, no seu primeiro mandato (1967-1971), o jovem prefeito de Massapê com apenas 24 anos de idade, Francisco Lopes de Aguiar Neto – apelidado pela vã filosofia popular de “coronel” Chico Lopes, (* 29.10.1935 + 28.09.1989), filiado ao PDS – Partido Democrata Social, mantinha estreito laço de amizade com José Deusdete dos Santos, vulgo Bacabal – um alcoólatra de carteirinha, mas de boa índole, desde que, não mexesse com ele e, óbvio, com o seu “coroné”. Chico Lopes, diga-se de passagem, tinha acesso livre (sem marcação de agenda) com os governadores coronel César Cals (1971/1975), coronel Adauto Bezerra (1975/1978) e coronel Virgílio Távora (1979/1982). Coronel pra cá, coronel pra lá, Bacabal, via de regra, sempre estava rodeado de coronéis. Os três, quando das suas visitas governamentais em Massapê, pernoitaram na fazenda Arraial, de propriedade do coronel Chico Lopes, numa demonstração jamais vista de credibilidade e prestígio político com um prefeito semi-analfabeto e que foi na sua juventude, um carregador de água, transportando o precioso líquido no lombo calejado do jumento. Um jovem visionário que viveu aquém do seu tempo. Pois bem. O então governador Adauto Bezerra após algumas inaugurações em Massapê, gozava do seu descanso merecido, deitado na rede de varanda na fazenda Arraial, isto por volta das 23h, quando Bacabal (muito doidão), de prontidão e em sentinela, foi indagado pelo nobre governador; conquanto, coronel Chico Lopes, deitado na rede ao lado, capotado após ingerir dezenas de doses etílicas de whisky importado, roncava que nem um porco. A seguir, transcrição do diálogo entre os dois, vazado nos seguintes termos:
- Bacabal, se o Chico Lopes se candidatasse pra vereador, tu votarias em quem?
- No coroné.
- E para prefeito?
- No coroné.
- E para deputado?
- No coroné.
- E para senador?
- No coroné.
- E para governador?
- Me desculpe vossa excelência, mas o meu voto é no coroné.
- E para presidente da República?
- Coroné Adauto Bezerra, voismicê por acaso é surdo ou é doido? Eu num já disse que o meu voto é para o coroné!...
- Surdo não sou, mas posso lhe afirmar que sou doido... Doido pelo seu amigo o coronel Chico Lopes.
- Pois me desculpe o coroné Adauto Bezerra, eu vou pedir pro meu coroné Chico Lopes internar vossa excelência no hospício do doutor Remo lá em Sobral. 

Ferreirinha é historiador, escritor e ex-assessor técnico da secretaria de Cultura, Juventude, Desporto e Lazer de Massapê.
Do livro: Histórias & Causos com Casos & Estórias de Massapê.
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