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28 de agosto de 2014

26º ARTIGO: "AGORA SERÁ A VEZ DO COMBUSTÍVEL DE PERNAMBUCO"?



O Ano de 1989 talvez possa ser apontado como o ano da retomada dos sonhos e da utopia da construção de um Brasil menos desigual. A ditadura fora extinta quatro anos antes com a saída de cena do último presidente general - João Figueiredo, aquele que dissera preferir cheiro de cavalo a cheiro de povo. Esse ano marca o retorno de eleições diretas para presidente, posto que as últimas da espécie ocorreram em 1960.

Nesse cenário de euforia e esperança, é do Nordeste que vem o combustível para incendiar as eleições presidenciais. Fernando Collor de Melo, sob o slogan “Caçador de Marajás”, encarnou o desejo  por mudança.  Em disputa, com Lula no segundo turno, Collor saiu vencedor. Instalado o novo governo, o país foi surpreendido com o mais traumático de todos os planos econômicos - aquele que confiscou a poupança e a conta-corrente dos brasileiros. O Plano Collor mostrou-se um fiasco e foi vencido pela inflação. Posteriormente denúncias de corrupção levaram  o fanfarrão das  Alagoas ao impeachment.

Vinte e cinco anos depois, diferente de 1989, o brasileiro parecia apático com as eleições presidenciais até que um fato, que só o acaso explica, reascendeu a esperança de um Brasil melhor. Mais uma vez o episódio vem do Nordeste. O presidenciável pernambucano Eduardo Campos até então meio desconhecido da população  sofre um acidente aéreo em Santos. A sua morte causou comoção nacional  e, de repente,  mexeu no xadrez eleitoral. A sua herdeira política Marina Silva agora parece encarnar o desejo reprimido de mudança. Era o combustível que faltava.

As semelhanças entre Collor e Marina não param só na origem do combustível.  Há uma outra,  Marina também pode ser presidente.  A  ex-senadora do Acre, nas pesquisas de intenção de votos, demonstra força para isso. No entanto, o Brasil espera que as semelhanças parem por aí.  

Em tempo, ainda incendiário acreditei em Collor. Depois aplaudi os estudantes e o povo que exigiram a sua retirada do governo. Hoje,  já bombeiro,  também acredito em Marina Silva. Mas se eleita presidente, espero não precisar aplaudir os cara-pintadas.

Dr. João Tomaz Neto
        Advogado e Professor
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