O ainda senador Tasso jereissati(PSDB), derrotado ao senado nas últimas eleições, concedeu extensa entrevista ao Jornal Valor Econômico do estado de São Paulo.
Em suas declarações, o ex-governador do Ceará, fala da vida pública e faz menção a política nacional e estadual.
Governador por três mandatos, Tasso afirma não ser candidato a mais nada, e quer simplesmente contribuir na discussão da reestruturação partidária.
Veja alguns dos trechos mais importantes da entrevista:
Governador por três mandatos, Tasso afirma não ser candidato a mais nada, e quer simplesmente contribuir na discussão da reestruturação partidária.
Valor Econômico: Senador, um pouco de política cearense, criador e criatura, vamos falar de sua relação com Ciro Gomes...
Resposta: Não consigo dar uma entrevista sem falar de Ciro.
Valor Econômico: Há um rompimento de fato desta vez?
Resposta: Não acredito e não tenho mais nada a ver com o tipo de política, com o entendimento do que é política, que os irmãos Gomes têm. Sou completamente diferente deles hoje.
Valor Econômico: O senhor vai liderar a oposição ao governo Cid Gomes?
Resposta: O PSDB tem que ir para a oposição no Estado. E existem muitos jovens aparecendo no partido, aos quais vou ajudar e dar suporte necessário para fazer uma oposição efetiva ao governo, que a meu ver tem retrocessos profundos.
Valor Econômico: Como o senhor vê a aproximação de Aécio Neves do PSB, partido de Ciro e Cid?
Resposta: O PSB do Ceará está a léguas do que pensamos e fazemos. Mas tem no quadro nacional figuras próximas de nós e muito próximas do Aécio. Não vai ser uma circunstância local que vai impedir uma coisa maior, se isso for possível ou viável.
Valor Econômico: Aécio Neves diz que a oposição ao governo Dilma tem que ser propositiva e qualificada. O que significa isso?
Resposta: A oposição não tem que ser rancorosa, do quanto pior melhor, mas tem que ser firme. E sem receio de falar o que tem que ser falado. Durante os primeiros anos do governo Lula, criticar Lula era complicado por causa do patrulhamento. Diziam que era preconceito. A gente tinha que pensar dez vezes para fazer uma crítica que faria tranquilamente a outro presidente.
Valor Econômico: Com Dilma não haverá novamente o recurso ao preconceito, desta vez por ser mulher?
Resposta: Acho que a Dilma não entra tão protegida dessas coisas quanto o Lula. Como ela vem do governo Lula, já foi atacada de diversas formas. E nem simboliza "a" mulher. Na campanha do Geraldo Alckmin de 2006, quando houve aquele episódio dos aloprados, a gente ouvia nos comícios: 'é tudo igual, ficamos com Lula porque pelo menos é um de nós'. Era essa visão. A Dilma não é 'uma de nós' para as mulheres. Ela não tem o carisma do Lula.
Valor Econômico: Quem perde com a troca de Lula por Dilma?
Resposta: Os sindicatos, com certeza. Pelo que ela está falando depois das eleições, acho que ela vai ter um governo menos político. Se você observar a área econômica, ela tirou o Henrique Meirelles e colocou o Alexandre Tombini, que é mais técnico do que o Meirelles. O próprio Guido Mantega tem características técnicas e o Luciano Coutinho é um técnico. Nenhum dos três tem gosto pela política nem a característica de fazer alguma concessão por aí.
Valor Econômico: Qual a sua expectativa em relação ao governo Dilma?
Resposta: Para ser sincero, algumas das primeiras declarações dela estão bem melhores do que eu pensava. Ela está me passando ter muito mais bom senso, equilíbrio, do que o Lula. Não sei se isso é uma interpretação verdadeira para mais adiante, mas, se for, fico muito mais tranquilo com a Dilma para mais quatro anos do que com o Lula.
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