05 de JUN 2020 - O governo federal estuda prorrogar o auxílio
emergencial por mais dois meses, só que reduzindo o valor mensal do benefício
de R$ 600 para R$ 300. O valor, contudo, precisa ser aprovado pelo Congresso
Nacional, que já mostrou resistência à proposta do Executivo de diminuir a
quantia do auxílio que tem ajudado os trabalhadores informais na pandemia do
novo coronavírus.
O valor de R$ 300 ganhou força nos cálculos
do governo porque representa um meio termo entre as propostas que buscam
garantir o pagamento do auxílio emergencial por mais um tempo, mas de uma forma
que pese menos para os cofres públicos. Segundo fontes do governo, tudo caminha
nesse sentido. Porém, ninguém garante que o valor já está fechado. Afinal,
ainda há muitas discussões sobre quanto os trabalhadores brasileiros deveriam
receber depois da terceira parcela dos R$ 600.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), por exemplo, disse nesta quinta-feira (04/06) que vê um risco na
redução desse valor. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, entende que o
benefício deve ser prorrogado por mais "um ou dois meses", mas em um
formato diferente, mais parecido com o Bolsa Família. Ou seja, que o benefício
caia de R$ 600 para R$ 200 - valor que, segundo a equipe econômica, reduziria de
R$ 50 bilhões para R$ 17 bilhões o custo mensal do auxílio emergencial.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez,
concordou com Guedes em reduzir o valor atual do benefício, mas sugeriu que as
próximas parcelas poderiam ser um pouco maiores do que a proposta do seu Posto
Ipiranga. Bolsonaro indicou que R$ 200 pode ser muito pouco. Por isso, sugeriu
inicialmente que a quarta parcela fosse de R$ 400 ou R$ 300 e a quinta de R$
300 ou R$ 200. O governo passou a estudar, então, essa proposta intermediária de
pagar R$ 300 por mais dois meses.
Só o que parece estar certo, portanto, é que
essa prorrogação não será permanente, já que este é um programa caro demais
para o governo. Como vem dizendo a equipe econômica, o auxílio emergencial de
R$ 600 custa mais de R$ 50 bilhões por mês. O orçamento é mais que o dobro do
custo anual do Bolsa Família e representa o item mais caro do programa de
governo de enfrentamento ao coronavírus. Por isso, a ideia da prorrogação é
apenas fazer com que o auxílio emergencial não acabe de forma abrupta já a
partir do próximo mês, quando muitos trabalhadores ainda estarão tentando sair
da crise do coronavírus. Como disse Bolsonaro, a ideia é ajudar a
"economia a pegar" depois da quarentena.
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