05/07
- A candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) a presidente da República está em
perigo – se é que em algum momento jamais esteve desde que ele a aceitou há
pouco mais de três meses.
Nas
últimas 72 horas, sob o comando do presidente Michel Temer e do presidente de
honra do PSDB Fernando Henrique Cardoso, esquentou o complô para trocar Alckmin
por João Doria.
Foi
na saída, anteontem, de um evento para empresários na sede da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, que Temer soprou ao ouvido de
Fernando Henrique:
– Te
aguardo para conversamos.
Conversaram
horas depois. Os dois se puseram de acordo em relação a três pontos pelo menos:
1.Para
evitar a polarização Bolsonaro-Ciro Gomes, as forças políticas do centro devem
se unir em todo de um único candidato;
2.Todas
as pesquisas de intenção de voto indicam que Alckmin dificilmente chegará ao
segundo turno da eleição;
3.Entre
os nomes disponíveis para substituir Alckmin, o melhor seria o do ex-prefeito
de São Paulo João Doria.
A
seu modo, Geraldo Alckmin reagiu, ontem, em duas ocasiões, à trama que passou a
monopolizar as conversas entre políticos dentro e fora do Congresso, e em
mensagens por WhatsApp.
De
manhã, ao expor suas ideias aos cerca de dois mil empresários reunidos na CNI,
e à noite em jantar com deputados do PRB, DEM, PP e Solidariedade, foi logo
dizendo antes que lhe perguntassem:
–
Sou candidato a presidente da República e estou convencido de que vou ganhar.
A
primeira consequência da conversa de Temer com Fernando Henrique foi o pé no
freio posto por partidos que caminhavam para aderir à candidatura de Alckmin ou
de Ciro – um deles, o DEM.
Se o
PSDB ainda pode trocar de candidato, eles ainda poderão esperar mais um pouco
para ver como será. No caso do DEM, o partido está rachado de cima a baixo.
Por
ora, se dependesse do seu presidente, o prefeito de Salvador ACM Neto, o DEM
fecharia com Alckmin. Mas Rodrigo Maia, presidente da Câmara, acha que Alckmin
é cavalo perdedor.
A
Doria, com o apoio de Temer e de Fernando Henrique, Maia prefere Ciro.
Argumenta que a rejeição a Temer, a Fernando Henrique e ao PSDB inviabiliza
qualquer candidatura do PSDB.
O PP
irá com Ciro. O PR do ex-mensaleiro Valdemar Costa Neto, com Bolsonaro. Costa
Neto imagina que o PR não terá dificuldades para se acertar com outro
presidente se Bolsonaro perder.
(Veja)
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