22/07 - A partir de 8 de agosto, será
retomada a liberação das cotas do Programa de Integração Social (PIS) e do
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) para
trabalhadores com menos de 60 anos. O prazo para os saques termina dia 28 de
setembro, e, até lá, a expectativa é de que cerca de 16 milhões de pessoas
terão acesso aos R$ 16 bilhões restantes dos R$ 39 bilhões previstos pelo
governo quando o programa foi ampliado no início de junho.
As pessoas que trabalharam com carteira assinada
entre 1971 e 1988 têm direito aos recursos do fundo PIS-Pasep. Em situações
comuns, só podem sacar quem tem 60 anos de idade ou mais, os aposentados, os
diagnosticados com câncer e vírus HIV e quem recebe o Benefício de Prestação
Continuada (BPC). Os saques tinham sido liberados em 18 de junho, mas foram
interrompidos no dia 30 para o cálculo de rendimentos anuais das cotas. A
remuneração sobre o montante a ser disponibilizado entre agosto e setembro será
de 8,97%.
Mas nem tudo vai para o consumo. Estimativas da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indicam
que apenas R$ 10,3 bilhões desses R$ 39 bilhões previstos nos saques do
PIS-Pasep devem chegar ao comércio efetivamente. Muitos brasileiros devem usar
os recursos para pagar dívidas, pois o endividamento das famílias ainda está
elevado.
A iniciativa do governo com a
liberação das cotas do fundo PIS-Pasep teve como objetivo impulsionar o consumo
e alavancar a retomada ainda lenta da atividade. Contudo, o efeito não será
igual ao que o ocorreu no ano passado, com o saque das contas inativas do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que injetou pouco mais de R$ 43 bilhões
na economia. “O impacto será menor e deverá ser diluído, em parte, por conta da
inflação mais alta e também pelas incertezas. O consumo deve crescer um pouco
no terceiro trimestre do ano, mas logo depois entra em stand by até as
eleições. Temos um cenário morno e de expansão modesta”, explica o
economista-chefe da CNC, Fábio Bentes.
(CB)
(CB)
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