Há 87 anos, em 3 de novembro de 1930, Washington Luís, então presidente
da República, instituiu o direito ao voto feminino – após anos de lutas e
reivindicações, as brasileiras conquistaram o direito de ir às urnas e ajudar a
decidir os rumos da política nacional.
O primeiro voto feminino no Brasil, porém, aconteceu realmente três anos
antes, em 1927; na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte: a professora
Celina Guimarães, primeira eleitora do país, teve seu alistamento eleitoral
permitido pelo governo do estado. Durante o governo Getúlio Vargas, o voto
feminino começou a ser efetivamente liberado, mas ainda com restrições: as
mulheres só podiam ir às urnas com autorização do marido, se fossem casadas; ou
se tivessem renda própria, caso fossem solteiras ou viúvas. Apenas em 1946 o
voto tornou-se direito e dever de todas as mulheres, sem restrições.
O
movimento sufragista, ou seja, a luta pelo direito de votar e ser votado,
chegou ao Brasil em 1919, através da bióloga Bertha Luz, que trouxe estes
ideais de Paris. Junto com a militante anarquista Maria Lacerda de Moura,
Bertha fundou a Liga Pela Emancipação Intelectual da Mulher, que mais tarde se
tornaria a Federação Pelo Progresso Feminino. O direito ao voto feminino foi
conquistado no Brasil antes da maioria dos países latino-americanos – em parte,
pela relação próxima que as sufragistas tinham com a elite política.
Hoje,
mais de 70 milhões de brasileiras votam a cada eleição nacional – um número
normalmente maior que o de homens, que fica em torno de 65 milhões. Desde 2010,
o Brasil tem a primeira mulher presidente de sua história, a ex-ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff.
Por Marina Lopes ao
nosso blog Massapê no Caminho da Notícia
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