A propósito do título de capa do Jornal o Povo de hoje, 23, "CORRUPÇÃO NO CEARÁ ESTÁ GENERALIZADA”, o blog Massapê Indo e Voltando vem expressar sua opinião particular sobre o tema.
Nós, coitados, cearenses estamos vivenciando um momento triste na história de administrações nas prefeituras do interior do estado.
Existe uma artimanha e uma engenharia grandes para o desvio de recursos públicos que muitos não percebem, e até parece que os administradores são muitos sérios, honestos e trabalhadores.
No cotidiano das administrações, mesmo um olhar externo mais atento pode se ter dificuldade em perceber irregularidades contidas em coisas aparentemente banais, como o preenchimento de uma nota fiscal ou um pagamento em cheque da prefeitura.
Há ocorrências específicas, que os “agentes fiscalizadores” dos prefeitos permitem os casos de corrupção atingindo cada vez mais setores das administrações municipais principalmente nestes municípios pequenos que não são vigiados de pertos pela maioria dos vereadores.
Por isso, a inércia diante da corrupção. Enquanto se vê, claramente, a má qualidade dos serviços públicos oferecidos às comunidades, alguns enricam ilicitamente de uma hora para outra.
Além da negligência de determinados fiscalizadores, o povo contribui muito para a existência de fatos desta natureza. Observe, por exemplo, que segmentos de um município como instituições, associações e sindicatos de servidores quando são chamados a participarem de debates e discussões em prol dos direitos e do bem comum de sua gente, existem àqueles que se esquivam e são totalmente contra por estarem atrelados e “cegos” das benesses oferecidas pelos seus gestores.
Os descalabros administrativos acontecem porque falta conscientização, vigilância, denúncias e a busca constante de informações na orientação do povo a fim de combater os males na administração pública.
Qualquer pessoa sabe, perfeitamente, se aqueles que ingressam na política, na vida pública e, não têm recurso, de uma para a outra apresentam riquezas, são sinais e evidências mais fáceis de serem percebidas de que algo está errado.
São perceptíveis quando um grupo de amigos e parentes das autoridades municipais exibe bens caros adquiridos de um dia para o outro, como carros e imóveis. E também na ostentação por meio de gastos incompatíveis com suas rendas.
Observe, caro leitor, que alguns passam a ter uma vida social mais intensa, frequentando locais de lazer que antes não frequentavam, como bares e restaurantes, onde realizam grandes despesas.
Em costumo dizer que os “larápios” assumem feições diversas. Há, principalmente, o do tipo mal-educado e sem pudor, que se compraz na demonstração ostensiva de poder e riqueza, ilícitos. Geralmente essa gente, não se preocupa em ser discreta, pois necessita alardear o seu sucesso econômico e sua nova condição de vida, mesmo quando os que estão à sua volta possam perceber que o dinheiro exibido não tem procedência legítima: VOCÊ VÊ E SABE DISSO PRÓXIMO A NÓS.
Com esse tipo de corrupto do dinheiro de nossos impostos, a apropriação de recursos públicos é associada a um desejo irrefreável de ascender socialmente e de exibir essa ascensão. Como não tem maneiras de enriquecer honestamente recorre a atos ilícitos.
Enfim, qualquer cidadão tem o direito de saber, e os políticos têm o dever de demonstrar, como o dinheiro público está sendo empregado. Para que isso se transforme em prática usual, é necessário que os municípios aperfeiçoem suas leis orgânicas, para tomar mais transparência às ações das administrações municipais. As organizações instituídas na cidade como igrejas, sindicatos, associações, rádios, os blogs conscientes, entre outros, têm um papel necessário e fundamental nisso, pois, quando bem estruturadas e com enraizamento na sociedade, têm a capacidade de mobilizar as pessoas no sentido de combater estes males.
Em tempo: O Ministério Público Estadual promete investigar 50 prefeituras cearenses suspeitas de esquema fraudulento.
Em tempo: O Ministério Público Estadual promete investigar 50 prefeituras cearenses suspeitas de esquema fraudulento.
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