A
Assembleia Legislativa do Ceará retomará as sessões ordinárias no próximo dia
1º de fevereiro, já com nova composição da Mesa Diretora eleita para o biênio
2017-2018. A oposição, embora em menor número, tende a insistir nos mesmos questionamentos
e cobranças feitos ao longo de 2016, mas os parlamentares da bancada têm em
comum o desejo de que a Casa passe a ter maior independência em relação ao
Poder Executivo.
Por
outro lado, para a base aliada, hoje formada por 33 parlamentares, não há
qualquer impedimento em estar ao lado do Governo, uma vez que seus membros
comungam das mesmas ideias que a gestão estadual. Oficialmente, a oposição é
formada por dez dos 46 deputados da Casa, visto que três deles - Aderlânia
Noronha, Sérgio Aguiar e Ely Aguiar - dizem ser independentes.
Mesa
Diretora
Para
2017, apesar da permanência de Zezinho Albuquerque (PDT) na Presidência, a Mesa
Diretora da Casa passará por mudanças, como a ida de Audic Mota (PMDB) à
primeira-secretaria, Julinho (PDT) na terceira-secretaria e Augusta Brito
(PCdoB) na quarta-secretaria. Outros que compõem a Mesa eleita em dezembro
passado são Tin Gomes (PHS), vice-presidente; Manuel Duca (PDT), segundo
vice-presidente; e João Jaime (DEM), segundo-secretário. Os suplentes são
Robério Monteiro (PDT), Ferreira Aragão (PDT) e Bruno Pedrosa (PP).
A
Casa também verá o retorno de nomes que já conheciam o Legislativo Estadual,
mas que estavam distanciados dos trabalhos no Parlamento, uma vez que não se
elegeram deputados e atuavam apenas como suplentes. É o caso dos deputados
Rachel Marques (PT) e Mário Hélio (PDT), que se efetivaram, e Manuel Santana
(PT), que retorna como suplente. Dedé Teixeira (PT), apesar de ter sido
efetivado, já retornou para o Governo Camilo Santana como secretário do
Desenvolvimento Agrário.
O
deputado Sérgio Aguiar (PDT), que pretende manter postura de independência na
Casa a partir do dia 1º de fevereiro, acredita que a o Legislativo Estadual
manterá a mesma posição de dependência do Executivo que teve durante os anos
passados, tendo em vista a supremacia do Governo em números. Ele passará o mês
de janeiro visitando municípios e retirará uma posição a partir dos contatos
feitos.
Oposição
Após
o processo conturbado de eleição da Mesa Diretora para o biênio 2017-2018,
Aguiar decidiu adotar posicionamento independente, visto que foi adversário do
candidato vitorioso Zezinho Albuquerque, apoiado pelo Governo. Para Leonardo
Araújo, que deve ser indicado como líder do PMDB na Assembleia em fevereiro, os
últimos resultados comprovam que a Casa está cada vez mais subserviente a
comandos do Governo do Estado.
Ele
defende, porém, que a oposição, mesmo em menor número, continua fortalecida.
"Percebemos que ocorreram debates mais acalorados onde a oposição se
mostrou mais ativa e participativa, de forma unitária", disse o peemedebista.
Para Araújo, a força de nomes como Odilon Aguiar e até Sérgio Aguiar está a
serviço dos oposicionistas.
Para
o vice-líder da base governista e membro da Mesa Diretora eleita, Julinho
(PDT), não há qualquer subserviência do Legislativo para com o Executivo.
"O que acontece é que a base que apoia e acredita nos projetos do
governador Camilo Santana é maioria na Casa", sustentou.
Na avaliação do parlamentar, a
Assembleia, mesmo com a mudança em sua composição, continuará trabalhando de
forma independente, "discutindo e votando matérias de interesse do povo
cearense". Deputados de oposição, porém, discordam do ponto de vista de
Julinho, como é o caso de Roberto Mesquita (PSD), que chegou a dizer que o
Legislativo Estadual funciona como uma espécie de secretaria para assuntos do
Governo.
(DN)
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