Expedito Mendes Farias, popular Expedito
Pompeu, pois de Pompeu nada tinha, também era conhecido no seio da
sociedade massapeense pela alcunha de “Ó o Serviço”, inclusive,
cumprimentando os amigos mais íntimos com o próprio apelido. Em
meados da década setenta vez outra, ele se divertia no Clube Social
e Artístico dos Operários de Massapê (classificação “de
segunda”) e, em uma noite festiva animada pelo conjunto Azes do
Planalto de Ubajara, CE, Expedito conquistou uma namorada, e após
algumas rodadas de Cuba Libre e refrigerante Grapetti (é o novo!),
foram para o “matel”, especificamente na “Salgadeira” - local
para abate de pequenos animais (suínos, ovinos e caprinos) e sete
meses depois a mulher aparece grávida, pedindo para que seu namorado
registre a criança no cartório Cível, tão logo nasça, pois, ele
seria com certeza absoluta, o pai. Duvidoso no reconhecimento da
paternidade, Expedito Pompeu, deveras, precavido, disse para a mulher
aguardar o nascimento do bebê, pois ele não se importaria fazer o
exame DNA, mas com uma condição:
- “Ó o Serviço”! Se nascer “menino
homem”, sou eu quem vai botar
o nome dele. Agora, se for mulher, você, a mãe, pode botar qualquer
nome. Tudo bem assim?
A gestante, que acabara de chegar do
consultório do seu médico obstetra em Sobral (doutor Raimundo
Nonato Silveira), mostra o resultado do exame de ultra-sonografia e
diz taxativamente:
- Não seja por isso Expedito, o seu filho
é homem! Igí! Espia o tamanho do saco do menino! Deve ter puxado ao
pai...
Expedito, todo sorridente, pois nunca foi
pai na vida, esbravejou:
- “Ó o Serviço”! Pois antes mesmo de
o meu filho nascer, ele já tem nome!
- Expedito, por acaso, eu posso saber o
nome que você vai botar no nosso filho? – indagou a futura mamãe.
- Pode! - disse Expedito, todo contente.
- E qual é?
- O nome dele é: “Ó o Serviço”!
Relatos dão conta que sua namorada se
escafedeu e nunca mais apareceu, muito menos seu suposto filho, por
conta da indicação do esquisito nome. Expedito Pompeu morreu como
veio ao mundo: solteiro. Quanto a origem do apelido “Ó o Serviço”,
ocorreu que nosso protagonista tinha por hábito fazer suas
necessidades fisiológicas no mato, notadamente às margens do rio
Contendas, de preferência à sombra das frondosas oiticicas, de
sorte que certa vez no momento daquele ato vexatório, foi abordado
por Davi (irmão do Melado), ambos de saudosas memórias, que por ali
passava sorrateiramente à procura de “alguma coisa do gênero”
ou “algo mais”, disse: - Ó o Serviço!...
De autoria do escritor Ferreirinha
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