18.08.2019 - Em experimentos feitos na Universidade Guarulhos, com apoio da Fapesp, um medicamento tipicamente usado contra a cólica menstrual reduziu em mais de 80% a carga parasitária em camundongos infectados com o verme Schistosoma mansoni, que causa a esquistossomose (popularmente chamada de barriga d’água).
O ácido mefenâmico (nome comercial Ponstan), pode ser eficiente para esse o tratamento.
Após passar por testes em laboratório e experimentos com animais, faltam testes clínicos em humanos para que anti-inflamatório possa ser receitado também para combater a verminose.
Essa enfermidade atinge mais de 240 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a OMS. Há 40 anos, um único fármaco tem sido usado no seu tratamento.
“Atualmente, é preciso esperar que os vermes jovens no paciente se tornem adultos para que o fármaco tenha efeito. Isso significa que, se o tratamento não for repetido, o ciclo de vida do parasita não é interrompido e o indivíduo continua com a doença”, explicou o especialista. “Pessoas infectadas, em um contexto de saneamento inadequado, tendem a contribuir para a disseminação dos vermes no ambiente. É claro que o ideal seria um saneamento adequado, mas o ácido mefenâmico pode ser importante no aspecto preventivo também”, arrematou.
Moraes destaca que essas pesquisas têm se tornado mais comuns, sobretudo para as chamadas doenças negligenciadas, aquelas que, embora afetem parcela significativa da população, carecem de estudos, vacinas e tratamentos mais avançados.
Esse é o caso da esquistossomose, cuja transmissão está ligada a locais sem saneamento básico adequado e pelo contato de água com caramujos infectados pelos vermes. Uma vez no corpo de alguém, o Schistosoma se aloja nas veias do mesentério e no fígado do paciente.
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