Pontos fracos
de Tasso
Uma
das fraquezas Tasso já começou a atacar em sua estratégia de campanha: o
eleitorado jovem. Que era resistente a ele na época em que foi governador e,
hoje, é composto por quem não viveu sua administração e, portanto, não o tem
como referência. Tasso alcança 40% entre quem tem de 16 a 24 anos. Mauro tem
25%. Em situação normal, a diferença é boa. Mas a campanha está só começando e
Tasso fica entre 57% e 60% em quase todas as outras faixas.
Só volta a
cair, embora em patamar maior, em outro setor que merece atenção: os mais
velhos. O ex-senador tem 51% entre quem tem acima de 60 anos. Outra fraqueza
velha conhecida de Tasso: o eleitorado mais escolarizado. Fica em 46% entre
quem tem nível superior, contra 57% dos que têm nível fundamental. Em todos esses
setores Mauro avança.
O que vale com
ainda mais ênfase na faixa com renda entre cinco e 10 salários mínimos - grande
parte da classe média. Nesse segmento, há o limite do empate técnico com Mauro:
36% do tucano contra 30% do candidato do Pros.
O papel da Capital
Outra dificuldade
velha conhecida: Fortaleza. Nesse setor, Tasso cai, mas Mauro não avança. Fica
abaixo da média estadual. Na Capital, pelo perfil do eleitorado, o fluxo de
informações, pelo porte, as questões urbanas, a eleição é diferente de todo o
resto do Estado. O próprio papel dos deputados e mesmo do prefeito - que
influenciam grandes levas de eleitores nos demais municípios - é bastante
relativizado e pulverizado. Já houve momentos em que o Tasso lançava candidatos
que venciam eleições estaduais indo mal na Capital, mas em função da pífia
presença adversária no Interior. Desta vez, os dois blocos têm presença forte
no resto do Estado. Então, a presença em Fortaleza será determinante.
Tasso tem rejeição
histórica e o governo Cid Gomes tem avaliação pior em Fortaleza. O índice de
ótimo e bom é de 37%, empatado tecnicamente com o de regular (36%). E o ruim e
péssimo tem seu percentual mais elevado no Estado: 23%. Na Região Metropolitana
(incluindo Capital) a situação é um pouco melhor: 41% de ótimo e bom, 35% de
regular e 19% de ruim e péssimo.
Tanto para governo
quanto para o Senado, o fator Fortaleza será decisivo. Se alguém conseguir
disparar na Capital, dificilmente perde no Estado. Nesse sentido, ganha peso o
papel do prefeito Roberto Cláudio (Pros), bem como o do desgaste que venha a
ter. Por enquanto, o eleitor da Capital e da Região Metropolitana se mostra
mais propenso a votar nulo e dando mais peso aos candidatos dos dois menores
blocos – sobretudo no caso do governo. A depender do desdobramento da campanha,
de como for capitalizado esse sentimento e da habilidade dos candidatos de PSB
e Psol, no caso de o cenário evoluir para um maior equilíbrio entre Eunício e
Camilo, essa relativa rejeição em Fortaleza e Região metropolitana aos dois
maiores blocos pode até levar a um segundo turno que, na primeira leitura,
parece absolutamente improvável.
Comparações
Tasso está
escaldado do resultado de 2010 e evidentemente não cantará vitória antes da
hora. Até porque, curiosamente, os 35 pontos de vantagem sobre o segundo
colocado são a mesma diferença que ele tinha no Datafolha antes do início da
campanha de TV e rádio. Naquela época, era 59% do tucano a 24% - tanto de
Eunício Oliveira (PMDB) quanto de José Pimentel (PT). Naquela ocasião, a
situação de Tasso era ainda mais confortável por um fator: eram duas vagas. Não
bastava um ultrapassá-lo para ele perder. Teria de ficar atrás de ambos. Agora,
porém, há uma vantagem. Há quatro anos, a pesquisa Datafolha realizada antes do
horário eleitoral foi feita em meados de julho. Agora quase, um mês depois,
mais perto da campanha eletrônica começar. Ou seja, há menos tempo para avanço
adversário.
Porém, vale
para Tasso o que vale para Eunício: não se ganha eleição de véspera, muito
menos antes do início do horário eleitoral, contra quem está no Governo Federal,
no estadual e na Prefeitura de Fortaleza. Escrevi que essa se prenuncia a mais
árdua disputa estadual na qual se envolvem os Ferreira Gomes. Falei isso sobre
Camilo, mas vale ainda mais, para Mauro Filho.
Por outro
lado, a pesquisa O POVO/Datafolha mostra pontos fracos de Tasso. Para projetar
a continuidade da campanha, Eunício tem desempenho mais estável, enquanto o
tucano tem fragilidades, algumas já históricas para ele.
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