Em “Histórias que me contaram de Massapê”,
faço menção aos fatos notáveis e seus variados aspectos, descrevendo. “Três são os fatores de fixação da população
de Massapê para se tornar município. O primeiro fator de fixação populacional
do povoamento de Serra Verde (Massapê), foi o retorno e investimento dos
Paroaras (cearenses que migraram para a Amazônia fugindo da seca de 1877 e que
trabalharam no primeiro ciclo da borracha, retornando após uma década, bem
afortunados). O segundo fator foi também em conseqüência da grande seca de 1878
que avassalou o norte da província cearense, ocasião que Dom Pedro II,
sensibilizado com a fome e miséria do nosso povo, autorizou os estudos para a
construção da Estrada de Ferro, interligando as cidades de Sobral, via Massapê,
até Camocim, assinando o decreto nº 6.940, dia 19 de junho de 1878, que
culminou com a inauguração da Estação Ferroviária de Massapê em 31 de dezembro
de 1881, infelizmente desativada dia 24 de agosto de 1977. A viajem inaugural
da REFFESA – Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima, coincidiu com o
segundo Reinado no Brasil (1840-1889) e contou com a presença de ilustres
integrantes da nobreza imperial,
representando vossa majestade Dom Pedro II - O Imperador do Brasil. E o
terceiro fator, foi a construção do açude Acaraú-Mirim no período de 1901 a 1907, que chegou a
empregar nas frentes de serviços do governo federal, para sua conclusão, cerca
de cinco mil trabalhadores. Foram essas, as molas propulsoras – o tripé para o
progresso de Massapê, no final do século XIX e início do século XX. Já no atual
século, a quarta mola propulsora para o desenvolvimento ainda mais de Massapê,
é, sem dúvida, o pólo industrial da fábrica de calçados Grendene instalado na
vizinha cidade de Sobral, com sete fábricas, gerando renda e emprego para aproximadamente
vinte mil trabalhadores, dentre os quais, cerca de dois mil para cidadãos
massapeenses, injetando mensalmente na nossa economia algo em torno de 1,5
milhão de Reais”. Pois bem. Num gesto louvável e sem precedentes, a
prefeitura, que é uma das fontes geradora de emprego e renda, representada pela
“A Força do Novo Tempo”, recebe uma avalanche de currículos de jovens aptos e dispostos
a se inserirem no mercado de trabalho. E, ante às denúncias de roubalheira e ao
desmonte do patrimônio público que marcou e contaminou o final do mandato do
prefeito João Pontes, me fez lembrar o seguinte episódio, intitulado: “Evitar a verdade sem mentir - Abraão
Lincoln, então presidente dos Estados Unidos, recebia uma montanha de pedidos
de emprego. Um candidato a certa função, empacou diante da seguinte pergunta:
Causa da morte do pai? Acontece que o pai, um conhecido ladrão de cavalos,
tinha sido julgado, condenado e executado à forca em praça pública. O candidato
pensou, pensou e acabou respondendo: - Meu pai estava participando de uma
cerimônia pública, quando a plataforma cedeu e ele morreu”. Apesar de a
nossa cidade ser relativamente pequena em termos geográficos e quase todos se
conhecem, todo cuidado é pouco quanto à análise desses currículos, notadamente
no que se refere à filiação dos candidatos, pois, partindo do princípio de um
velho adágio popular que diz ‘’Filho de peixe, peixinho é” e de uma passagem
bíblica que profetiza “Os justos pagam pelos pecadores”, seria moralmente
inaceitável, por desventura, contratar candidatos filhos dessa corja de
larápios jamais vista na história de Massapê, a qual, com toda convicção, fazendo
alusão a um grande clássico de conto literário infantil do século XVIII, bem
como, o número da coligação oposicionista, satirizo denominando-os de “Alijajá &
os 45 Ladrões”.
Ferreirinha é historiador e escritor.
Ferreirinha é historiador e escritor.
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