23 de MAI 2020 - Jair Bolsonaro já extrapolou todos os limites e sua corda parece possuir um tamanho que não somos capazes de mensurar. Comete, dia após dia, uma quantidade de atos desviantes e passíveis de enquadramento como crime de responsabilidade.
A divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, na qual o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro diz que foi pressionado por Jair Bolsonaro a trocar o comando da Polícia Federal, provocou, ontem (22), críticas à postura do presidente, ampliou o desgaste na relação do Palácio do Planalto com a instância máxima do Judiciário e deu munição para partidos opositores defenderem a abertura de um processo de impeachment.
Não permite que haja um só dia para que se respire um ambiente de paz política no país. Impõe um tensionamento interminável, uma crise permanente, ora com os demais poderes, atacando os presidentes das Casas legislativas e ministros do Supremo Tribunal Federal, ora com os entes federativos, hostilizando os governadores ou, ainda, com a oposição em enfrentamento direto com qualquer um que exercite o direito de crítica. Isso tudo fora o relacionamento agressivo e autoritário com a imprensa.
Para as forças democráticas da esquerda brasileira, partidos, entidades, movimentos, a despeito de todas as questões acima pontuadas que mostram razões sensíveis contrárias ao impedimento, o pedido de impeachment deixou de ser uma opção discutível e se impõe como uma necessidade.
O parlamento, onde estão os outros representantes do povo legitimamente eleitos, precisa tomar posição acerca da conduta do dirigente da nação. As condições jurídicas, essas estão dadas há algum tempo. As condições políticas, essas precisam ser construídas. O passo primeiro é apresentar o pedido. O momento é agora.
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