28 de MAI 2020 - Com gastos extras para enfrentamento da
pandemia de covid-19, queda de receitas pela postergação de pagamento de
tributos e com atividade econômica em queda, o Tesouro Nacional prevê déficit
nas contas públicas de R$ 708,7 bilhões. Esse valor corresponde a 9,9% de tudo
que o país produz - Produto Interno Bruto (PIB).
Se a estimativa se confirmar, será o maior
déficit primário (despesas maiores que as receitas, sem considerar o cálculo os
gastos com juros) já registrado pelo setor público consolidado, formado por
União, Estados e municípios, segundo o Tesouro Nacional.
No mês passado, o Tesouro estimava déficit
primário de R$ 600 bilhões. Em 2019, o déficit primário do setor público ficou
em R$ 61 bilhões (0,9% do PIB).
“O déficit do setor público pressupõe que não
haja novas frustrações de receitas e renovação dos programas de combate aos
efeitos econômicos e sociais da covid-19, muitos dos quais programados para
terminar em junho. Se algum programa for renovado ou se houver novas
frustrações de receitas, o déficit primário do setor público passará de 10% do
PIB, pressionando ainda mais o crescimento da dívida líquida e bruta”, diz o
Tesouro, em relatório divulgado hoje (28).
O Tesouro destaca que a dívida pública bruta
deverá passar de 75,8% do PIB, em 2019, para mais de 93% do PIB com as medidas
já anunciadas, um crescimento de 17 pontos percentuais. A dívida líquida do
setor público passará de 55,7% para cerca de 68% do PIB, acréscimo de cerca de
12 pontos percentuais do PIB em um ano.
Em abril, o governo central (Tesouro
Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou déficit primário de R$
92,902 bilhões, contra um superávit de R$ 6,526 bilhões no mesmo mês de 2019. O
resultado do mês passado foi o pior já registrado pelo Tesouro Nacional na
série histórica iniciada em 1997.
De janeiro a abril, o resultado negativo
chegou a R$ 95,762 bilhões, contra R$ 2,762 bilhões no primeiro quadrimestre do
ano passado. O resultado negativo em 12 meses chegou a R$ 189,5 bilhões, equivalente
a 2,58% do PIB.
A projeção de déficit primário para o governo
central é de cerca de R$ 676 bilhões, próximo a 9,5% do PIB.
0 comentários:
Postar um comentário