Vivendo uma profunda crise financeira, que a
obrigou a devolver metade dos andares da sede na Marginal Pinheiros, a Editora
Abril, da família Civita, decidiu se pintar para a guerra. Com as cores do
PSDB, é claro.
Numa edição em que usa as cores azul e
amarelo, utilizadas pelos tucanos em sua comunicação, Veja aponta, na capa, o
que enxerga como contrastes entre o discurso de campanha da presidente Dilma
Rousseff e as primeiras medidas anunciadas no seu segundo mandato.
Nesse contraste entre "promessa" e
"realidade", há espaço para uma entrevista com o senador Aécio Neves
(PSDB-MG). "O país foi enganado", diz ele, que fala ainda em
"estelionato eleitoral". "Assistimos a um governo fazendo o
oposto do que prometeu. Isso explica o sentimento de frustração e perplexidade
que se percebe no País. Muita gente se sente enganada".
O alvo agora é Lula
Apesar dos esforços de Veja, que tentou
fraudar as eleições presidenciais com a notória capa "Eles sabiam de
tudo" e, por isso, foi condenada a publicar um direito de resposta no dia
do segundo turno, 2014 já passou. Dilma venceu, foi empossada e já governa.
Portanto, a próxima batalha capital da
Editora Abril tem data marcada: 2018. Não por acaso, a reportagem seguinte de
Veja se chama "Dossiê Venina" (que já estava sendo esquecida até
pelos meios de comunicação que a lançaram) e tem como alvo o ex-presidente
Lula, potencial candidato à presidência daqui a quatro anos.
Lula costuma dizer que encontrou um modo de
não mais se incomodar com a revista Veja. "Não a vejo como um meio de
comunicação, mas apenas como um panfleto do PSDB", costuma dizer.
Nesta semana, a revista assumiu suas cores.
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