Mais
uma vez, os melhores momentos couberam a Luciana Genro no debate da
Globo, o último antes das eleições. Foi brilhante sua reação a
uma deselegância de Aécio quando ela o questionou sobre o aeroporto
que ele mandou construir em terras da família com dinheiro público.
Desnorteado, sem encontrar palavras que expliquem o aeroporto, ele
esticou o dedo para Luciana Genro. Imediatamente ela ordenou que ele
baixasse o dedo. E ele baixou, depois da bofetada moral que levou.
Luciana
Genro disse também certas verdades inconvenientes a Marina, e
arrancou dela uma declaração vital. Num tributo involuntário a
Luciana Genro, Marina disse que seu programa é parecido com o dela,
Luciana, e não com o de Aécio. Marina completou ali o giro total
que ela deu nas suas propostas. Premida pela queda nas intenções de
voto, ela acabou indo para a esquerda, depois de começar com um
discurso de centro direita, parecido com o de Aécio.
Flexibilizar
as leis trabalhistas se transformou em estendê-las para empregados
que não estão protegidos pela CLT. Até para o Bolsa Família ela
anunciou uma novidade: um 13.o.
É
presumível que seu guru econômico, o ortodoxo Eduardo Giannetti,
tenha engasgado diante da nova Marina, tão identificada com Luciana
Genro que chegou a usar o pronome “tu” em certo momento.
Luciana
Genro foi aguda, também, ao perguntar a Dilma o que pensa da taxação
das grandes fortunas. É uma pena que Dilma não tenha respondido. No
encontro com blogueiros, diante de outro ponto vital para o avanço
da sociedade, a regulação da mídia, ela respondeu com firmeza e
clareza. Foi ainda Luciana Genro quem trouxe a criminalização da
homofobia para o centro do debate nacional ao perguntar, no debate
anterior, a Levy Fidelix o que pensava do assunto.
Por Paulo
Nogueira
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