A
crônica que se segue, “ PARÁBOLA PASCAL” foi enviada ao blog
Massapê Indo e Voltando pelo colaborador especial Ferreirinha, na
qual ele faz uma comparação do episódio envolvendo o resultado da
“malhação de judas”, patrocinada pela Prefeitura Municipal de
Massapê e organizada pela Secretaria de Cultura, Turismo, Juventude
e Desportos.
CRÔNICA:
UMA
PARÁBOLA PASCAL
No primeiro domingo de
Páscoa, se enfrentaram numa arena esportiva improvisada, em campo
neutro, Ceará e Fortaleza –
tradicionalmente os maiores e melhores times de futebol do campeonato
cearense. O duelo esportivo era de vida ou morte, ou seja, o vencedor
seria declarado campeão da temporada 2012. Durante todo o
espetáculo, a torcida que era majoritária, vibrava e aplaudia o
time Alvinegro, que se preparou e se concentrou, treinando durante um
mês, sob o comando do seu velho técnico. O elenco Alvinegro,
bastante afinado e inspirado, naquela bela tarde distribuía dribles
no forte adversário, que diga-se de passagem, também fez brilhante
apresentação. E, com jogadas espetaculares, os craques do nosso
time constantemente arrancavam aplausos dos espectadores. Mas nem
todo time que joga bem, ganha a partida. Como paradigma, lembremo-nos
da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982, que encantou o
Brasil e o mundo com o nosso futebol arte, e no entanto, não
conquistou tão almejado título, entregando a taça Jules Rimet, de
mão beijada, para os italianos. Durante a acirrada partida, que teve
até prorrogação, os jogadores do Vovô atuavam em conjunto na
defesa, no meio de campo, nas laterais e no ataque, com grandes
jogadas (banho de cuia, dribles entre as pernas, com gols de placa,
de bicicleta e até gol olímpico), mas de nada adiantou. Que pena.
Ao final da competição, o Ceará foi derrotado. Até aí, tudo bem.
Perder também faz parte do jogo. Parabéns ao nosso respeitável
adversário, o campeão Fortaleza, que teve sim senhor, os seus
méritos. Eu disse perder, mas perder bonito, feio, jamais. Com um
placar elástico de 16 gols de diferença, o nosso Ceará foi
humilhado, chacoalhado e literalmente roubado por conta da péssima
arbitragem, que deixou de marcar vários pênaltis ao nosso favor;
que aplicou injustamente um leque de cartões amarelos e vermelhos;
que não entendeu as mensagens sócio-educativas estampadas nas
camisas de baixo dos nossos jogadores, pois ao comemorarem seus gols,
extravasavam junto à sua torcida e recebiam duras punições; que
fez vista grossa com chutes de bola no travessão que rebatiam dentro
da linha do gol, sem falar nos erros grosseiros cometidos com gols
não marcados diante do apito de linha de impedimento e que tanto
contribuíram para o imoral resultado do placar final da partida.
Nunca, nunca mesmo aconteceu na história do futebol cearense, dois
times de alto nível competirem e, ao final um ganhar do outro com
larga diferença de gols, repito, dezesseis. Até então, os placares
eram miúdos: 1 X 0, 2 X1, 3 X 2... Agora, com uma mega goleada de 16
gols de diferença a favor da equipe adversária, só nos resta parar
e refletir se realmente vale a pena participar dos campeonatos
vindouros. Vai aí uma sugestão aos cartolas da Federação Cearense
de Futebol, para que, nos próximos clássicos futebolísticos,
escalem uma arbitragem imparcial (dentro e fora do campo), para não
roubarem de forma descarada. Aos que se sentirem ofendidos que vistam
a carapuça. A despeito dos interesses em choque, e de tantas
contradições, é preciso dizer, a bem da verdade, que, com todos os
méritos, o grande campeão foi o Fortaleza, que deu um show de bola.
Parabéns!
Do
Livro: Crônicas Alegres & Algo Mais – Autor Ferreirinha
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