17 de Fev 2020 - Após os recentes ataques do presidente Jair
Bolsonaro, vinte governadores assinaram uma carta aberta em que o criticam por
fazer declarações que “não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”.
Eles citam os comentários de Bolsonaro em que
desafiou que os chefes dos Executivos estaduais para que reduzissem, segundo a
carta, “impostos vitais à sobrevivência dos Estados”. Recentemente Bolsonaro
havia dito que zeraria os impostos federais sobre combustíveis se todos os
governadores abrissem mão do ICMS sobre os produtos.
A carta também traz os recentes comentários
do presidente sobre a investigação em curso do assassinato da vereadora
Marielle Franco, em que Bolsonaro, segundo o documento, se antecipa “a
investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de
seus Governadores”.
Bolsonaro, ontem, 16, disse que o governador
da Bahia, Rui Costa (PT), “mantém fortíssimos laços” com bandidos e que a “PM
da Bahia, do PT” era responsável pela morte do ex-capitão do Batalhão de
Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano da
Nóbrega.
O texto pede ainda que se observe “os limites
institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem”, e cobra:
“Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do
povo é o que a sociedade espera de nós”. Os governadores também convidam Bolsonaro
para participar do próximo Fórum Nacional de Governadores, a ser realizado em
14 de abril.
(…)
Quem assinou a carta: Gladson Cameli
(Progressistas-AC), Renan Filho (MDB-AL), Waldez Góes (PDT-AP), Wilson Lima
(PSC-AM), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Ibaneis Rocha (MDB-DF),
Renato Casagrande (PSB-ES), Flávio Dino (PCdoB-MA), Reinaldo Azambuja
(PSDB-MS), Romeu Zema (Novo-MG), Helder Barbalho (MDB-PA), João Azevedo
(Cidadania-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Wilson Witzel (PSC-RJ),
Fátima Bezerra (PT-RN), Eduardo Leite (PSDB-RS), João Doria, (PSDB-SP) e
Belivaldo Chagas (PSD-SE).
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