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15 de março de 2019

MAIORIA DOS AÇUDES PARTICULARES APRESENTA RISCO DE ROMPIMENTO


15/03 - No sertão cearense há milhares de barreiros e açudes construídos de forma aleatória, em propriedades particulares, represando riachos e córregos em benefício de um limitado número de pessoas. 

O problema é que a maioria é feita sem acompanhamento técnico ou por engenheiro e empresa especializada em obra hidráulica e geologia. Além do risco de rompimento da estrutura, represar afluentes sem estudo prévio pode gerar impactos negativos em açudes de grande importância para o Estado.

O que é pouco explorado, no entanto, são os problemas que eles representam quando construídos de forma irregular ou quando não possuem manutenção adequada.

De acordo com a Secretaria de Recursos Hídricos do Estado Ceará (SRH), "todas as barragens, independentemente das especificações técnicas, devem ser obrigatoriamente outorgadas e incorporadas ao Cadastro Estadual de Barragens". Isto é, para que um açude seja construído, a Pasta deve emitir uma licença.

Há risco iminente do rompimento da parede do Açude Luiz Carlos, em Pacajus. Construído há 40 anos, o reservatório, que está sangrando há quatro dias, apresenta diversos problemas estruturais em sua barragem. O açude sofreu apenas três intervenções ao longo de quatro décadas.

O drama das oito mil pessoas que moram no bairro Coaçu, onde o Açude Luiz Carlos foi construído de forma irregular, é compartilhado por mais de três mil moradores de uma comunidade em Ubajara.

O Açude Granjeiro, que fica entre as cidades de Ibiapina e Ubajara, também apresentava risco de rompimento. Uma força-tarefa foi montada entre Defesa Civil do Estado, Agência Nacional das Águas (ANA), poder público municipal e a população para conter a água. Cerca de 12 mil sacos de areia foram utilizados como medida emergencial para diminuir os riscos.

Estes não são casos isolados. Em recente relatório apresentado pela Agência Nacional de Águas, oito açudes cearenses, todos eles monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), estão em situação de alto risco.
(Informações DN)
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