Um amplo
e inédito levantamento mostra que mais de 2 mil pessoas estão juradas de morte
por testemunhar e denunciar violações de direitos humanos ou, simplesmente,
exercer seu dever funcional em todo o Brasil. Conforme reportagem da oitava
edição de “Congresso em Foco”, revela que pelo menos 2.034 cidadãos brasileiros
estão incluídos em algum dos três programas de proteção a pessoas ameaçadas de
morte, mantidos pelo governo federal em parceria com governos estaduais.
São crianças e adolescentes, vítimas e testemunhas
de crimes e defensores de direitos humanos (aí incluídos desde lideranças
agrárias, índios, quilombolas e sem-teto até promotores e juízes) que
recorreram à proteção do Estado para não morrer. Vivem como exilados dentro do
seu próprio país. Mas o número de ameaçados é maior. Conform reportagensA
reportagem “Jurados de morte: os novos exilados” reúne outros levantamentos de
entidades como o Conselho Nacional de Justiça, a Comissão Pastoral da Terra e a
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que apontam a
existência de 200 magistrados, 295 lideranças agrárias e pelo menos oito
jornalistas ameaçados de morte. Desses, apenas uma parte mantida sob sigilo está
inserida nos programas de proteção.
A reportagem inclui um mapa inédito com a
distribuição geográfica desses brasileiros jurados de morte. Traz relatos de
uma dezena de pessoas, como o pescador Alexandre Anderson (foto), que
contam sua luta e como aprenderam a conviver com ameaças e atentados.
Lideranças que enfrentam o crime organizado, maus policiais, grupos de
extermínio e até empreendimentos do próprio Estado. Em comum entre elas, a
esperança em dias melhores e a disposição de entregar a própria vida em favor
das causas que abraçam.
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