O cérebro não nasce pronto. Além da genética, as
experiências vivenciadas nos primeiros três anos de vida são determinantes –
até mais do que os genes - para moldar o funcionamento cerebral diante de
situações estressantes, desafiadoras e frustrantes.
Quem avisa é a neurocientista Suzana
Herculano-Houzel, uma das principais estudiosas da “mente das crianças” do
País. Segundo ela, dados científicos comprovam que o carinho dos pais, recebido
na primeira infância (período entre 0 e 5 anos), é o grande responsável por
reações cerebrais - às vezes só manifestadas na vida adulta.
“As crianças não são adultas por dois motivos
principais: o primeiro é que elas não têm a experiência trazida com o passar
dos anos. O segundo fator é o cérebro infantil. O órgão não nasce pronto, é
menor e mais leve do que o cérebro de um adulto. Até o terceiro ano de vida, é
o período em que o cérebro mais cresce e ganha peso. Uma das explicações para o
crescimento cerebral é que, neste intervalo de anos, há maturação das conexões
entre os neurônios, o que faz o peso da massa encefálica aumentar, ficar mais
densa. Este processo é determinante para o bom funcionamento do cérebro.
Durante este amadurecimento cerebral, a criança
tem uma capacidade de aprendizado rápida e impressionante. É o período em que
elas aprendem a detectar sons, enxergar e constituir habilidades, das mais
variadas. Por exemplo: todos nascemos com plena capacidade de aprender qualquer
idioma. Capacidade esta que vamos perdendo ao longo da vida.”(Ig Comportamento)
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