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26 de julho de 2012

"UM APELO AOS JOVENS POR ENGAJAMENTO POLÍTICO" - QUE SIRVA TAMBÉM DE EXEMPLO À JUVENTUDE MASSAPEENSE

Com o título “Um convite à Juventude”, eis artigo do deputado federal Domingos Neto (PSB) conclamando jovens a se engajaram politicamente  e cobrem e exerçam sua cidadania. Confira:
Recorro sempre à História quando busco fundamentar meus pontos de vista. Para que minha experiência de vida não me faça aprender errando, tento estudar os atos de grandes personalidades. Agora, faço um recorte histórico da participação juvenil em nossa sociedade, nos processos políticos em que foi atuante.

A História mostra o quanto é poderosa, importante, necessária e transformadora a participação dos jovens na política. Ela está presente em todas as revoluções no Brasil, citarei apenas duas, as quais julgo as mais transformadoras do nosso país: a Revolução de 1930 e a queda da Ditadura Militar.

Em 1930, o Brasil vivia um momento de democracia segregada com o voto censitário, o coronelismo em seu auge, a república do “Café com Leite” (revezamento presidencial entre São Paulo e Minas Gerais) com o seu poder máximo no governo de Washington Luiz sob o lema “Governar é abrir estradas”. Anteriormente, na década de 20, iniciaram-se os questionamentos a esse modelo, com a Juventude composta pelos jovens do Movimento Tenentista (militares), com a Semana de Arte Moderna (jovens artistas e intelectuais), pelos movimentos dos trabalhadores industriais (jovens imigrantes e descendentes, forjados no fascismo) e as universidades (jovens médicos e professores). Com a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, o setor cafeeiro paulista enfraquece e tenta manter-se no poder, quebrando o compromisso com Andrada, então governador de MG, que se alia ao RS, Getúlio Vargas, e à Paraíba, João Pessoa. Mas a revolução e o golpe militar só se aconteceram com amplo apelo popular liderado pela juventude revolucionária brasileira, que exigia uma constituição que garantisse os direitos sociais e os direitos trabalhistas. A conquista contemplou tudo isso e, ainda, o voto feminino e universal.

A recente retomada da democracia veio, mais uma vez, do movimento dos jovens nas ruas, nascido de um sonho de liberdade que não existia naquele momento, fazendo com que a população brasileira, unida, derrubasse a ditadura militar que existia desde 64. Mais uma vez, o movimento contava com as iniciativas da juventude.

Com esse breve histórico, podemos fundamentar o poder da juventude em processos políticos. Hoje, nós jovens representamos mais de 30% do eleitorado de todas as cidades do país e, em grande maioria, temos reclamações e insatisfações com a política. Aí eu pergunto: Quais os políticos que param para ouvir, diretamente, olho no olho, os jovens de 16 a 24 anos? Conhecem os seus sonhos? Suas críticas? Suas sugestões? Suas dúvidas? Ou só perguntam para os pais qual a vontade de seus filhos?

Precisamos ainda fazer uma provocação ao jovem e não só aos políticos. A obrigação, o dever social, o compromisso com o público, tais deveres devem ser compartilhados entre poder público e sociedade civil. Quem reclama da limpeza tem que ser o primeiro a se preocupar com sua própria coleta seletiva e o destino dos resíduos. Quem reclama do saneamento deve ser o primeiro a procurar uma solução para seu problema inicial, quem reclama da proteção ao meio ambiente deve ser o primeiro a protegê-lo, e, finalmente, quem reclama dos políticos deve ser o primeiro a fiscalizá-los. Conhecer, antes de criticar, ajudar antes de pedir, colaborar antes de corromper! Esse é o dever da sociedade.

E a juventude, mais uma vez, em um momento difícil da política brasileira – onde a descrença é difundida acima da esperança – será através da impetuosidade que lhe é inerente que deve se iniciar esse movimento de participação popular na política como solução, mostrando que o maior crime contra o erário é a nossa omissão.

Aos partidos, escutem aos jovens, nossa geração e tem muito a dizer e exige ser ouvida. Faço esse desabafo como Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Juventude no Congresso Nacional, e, recentemente, fui agraciado como um dos Cearenses Mais Influentes de 2012 pela Revista Fale, prêmio que não me envaidece, mas que me amplia a responsabilidade para com os jovens, pois se possuo qualquer poder de influência, quero que esta seja usada para promover o espírito público em nossa juventude, mostrando que com determinação, garra, coragem para trabalhar e participação na política nós podemos construir o futuro que sonhamos!

Finalizo com um pensamento: nós, jovens, sempre escutamos, sobretudo, daqueles que pedem o nosso voto, que somos o futuro da nossa cidade! Somos o futuro do Ceará! Somos o Futuro do Brasil! Mas só podemos ser o futuro que sonhamos se formos protagonistas de nossas responsabilidades com a sociedade no presente!
* Domingos Neto,
Deputado Federal PSB/CE - Presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano. (via blog Eliomar) 
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