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27 de janeiro de 2018

MARTIN GRANOVSKY: CONDENAÇÃO DE LULA É PARA QUE OS TRABALHADORES DO MUNDO PERCAM A ESPERANÇA DE SEREM REPRESENTADOS COM SEU VOTO

27/01 Eric Hobsbawm, o grande historiador inglês morto em 2012, aos 95 anos, havia deixado claro. Em 2011, se encontrou com Luiz Inácio Lula da Silva. Ao sair da reunião, em Londres, comentou: “Lula ajudou a mudar o equilíbrio do mundo porque pôs os países em desenvolvimento no centro das coisas”. E prosseguiu: “Lula foi o verdadeiro introdutor da democracia no Brasil, um país com tantos pobres pelos quais ninguém havia feito antes tantas coisas concretas”.

Lula já havia cumprido seus dois mandatos, um iniciado em 1º de janeiro de 2003 e, o outro, em 2007. Quando os brasileiros elegeram o torneiro mecânico presidente, em outubro de 2002, Hobsbawm havia ficado feliz: “Agora sou um pouco mais otimista sobre o futuro do ser humano”.

Os três juízes recursais de Porto Alegre, sem dúvida, entrarão para a história. Ao condenar Lula, deram sua contribuição para um mundo mais desequilibrado.
Há seis meses, Lula lidera todas as pesquisas de intenção de voto no primeiro e no segundo turnos. Também reduziu em 20 pontos a rejeição que sua figura causava. E o fez em apenas um ano e meio. Os políticos e pesquisadores da opinião pública sabem qual é o efeito de reduzir a imagem negativa: o teto sobe e o crescimento é possível. Nenhuma figura da direita, entretanto, disparou nas pesquisas a ponto de pôr Lula em risco. Nem o ultradireitista Jair Bolsonaro, nem a verde Marina Silva, assessorada em 2014 por Jaime Durán Barba, nem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do partido de José Serra e Fernando Henrique Cardoso. Nenhum deles aparecia como challenger do velho boxeador de 72 anos que regressava à luta, uma mais, após superar um câncer e um golpe de Estado.

Os juízes não somente deram o primeiro passo para impedir que o político mais conhecido do Brasil pudesse ser candidato e, eventualmente, ganhasse as eleições presidenciais de 7 de outubro deste ano. Castigaram o líder popular que, no marco da democracia clássica, protagonizou o processo de mudança com a maior quantidade de população incluída. Em Dilma Rousseffvotaram em 2014 nada menos que 52 milhões de pessoas.

Com sua condenação ao dirigente sindical que fundou o Partido dos Trabalhadores em 1980 e, 23 anos depois, chegou à Presidência, os juízes buscaram extirpar o que um senador brasileiro chamou de “raça maldita”. Em 13 anos de governos petistas, primeiro de Lula e, depois, de Dilma, os brasileiros conseguiram comer três vezes ao dia. O verdadeiro milagre. Havia sido essa, justamente, a promessa de Lula na campanha presidencial de 2002.

O tom afável dos brasileiros pode esconder a crueldade de sua história. O Brasil saiu da escravidão só em 1888. A primeira Constituição republicana, em 1891, proibiu que os analfabetos votassem. Este direito foi recuperado recentemente, em 1985, por emenda constitucional. E o desfrutaram de maneira consagrada no texto da Constituição de 1988. Um século depois da abolição da escravidão.
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Um comentário:

  1. O Lula é tão perfeito que o prefiro guardadinho... Já o Granovskky entende tanto de Brasil quanto a massa eleitora do PT. Aliás, que foto feia essa; olha a papada da criatura!

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