Não foi fácil para
o governador Cid Gomes encarar como normal o rompimento com o PT determinado
pelo encontro do PSB na última segunda-feira. Presidente estadual da legenda,
ele abriu a reunião e ouviu calado durante quase três horas e meia as
argumentações fortes contra o modo luizianista de governar. Segundo relato de
pessoas que participaram da reunião, era visível o seu constrangimento quando a
maioria dos 50 presentes se pronunciava em favor da candidatura própria.
O governador só
viria a falar no final, quando os desabafos haviam contaminado a maioria dos 50
participantes. Contra a gestão do PT, críticas ao modelo fechado de governar de
um grupo composto por menos de dez pessoas, no qual é difícil até chegar perto.
Elmano de Freitas faria parte dos iluminados, o que tornou inegociável o apoio
do PSB ao candidato escolhido pelo PT. O governador ainda defendeu a
continuidade e chegou a ponderar sobre as consequências da decisão, citando
claramente os reflexos em relação à manutenção da aliança nacional. Não
conseguiu o intento. O espírito do partido, que tem a pomba branca como
símbolo, não era de paz.
Ciro Gomes
apareceu no final e, quando chegou, a decisão praticamente já tinha sido
tomada. A presença do ex-ministro, todavia, era dispensável pois coube a ele
toda a articulação prévia, ao lado de Ivo Gomes, em prol do rompimento. Ao
governador restou apenas, para usar uma palavra da moda, chancelar a decisão.
Não sem antes reconhecer que os dias podem ser difíceis. Não porque pode vir a
enfrentar oposição ferrenha na Assembleia. Esse não é o problema. Nelson
Martins, Camilo Santana e Francisco Pinheiro podem ser considerados até mais
cidistas do que luizianistas.(O Povo)
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